Por Cláudio Chiusoli
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho foi de 0,38% e o acumulado nos últimos 12 meses está em 4,5%. A estimativa de inflação de 2024 está acima da meta de 3% estabelecida para o ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
A explicação das causas da inflação agruparia em algumas categorias que se referem a fatores como:
I) demanda;
II) emissão de moeda;
III) expectativa dos agentes econômicos;
IV) oferta;
V) gastos do governo;
VI) incertezas políticas e econômicas e;
VII) mercados concentrados.
Explicando as categorias
Olhando pelo lado da demanda: se for maior que a oferta e juntamente com o aumento da renda da população pode exercer essa pressão inflacionária. No entanto, esta não é nenhuma das duas situações atuais.
A segunda categoria trata do aumento da emissão de moeda, por meio de uma política monetária expansionista, mas também, hoje, não é o caso de impactar na inflação.
A outra categoria é relativa as expectativas dos agentes econômicos a respeito da inflação futura que também influencia o comportamento de preços e salários.
Pelo lado da oferta, há pressões nos custos, como salários, energia, matérias-primas, alta do dólar, que são repassados aos preços finais dos produtos.
Da mesma forma, tem o impacto conhecido como choques de ofertas, a exemplo dos desastres naturais (caso do Rio Grande do Sul), guerras (caso da Ucrânia e Rússia), crises energéticas (caso de falta de chuva) ou na cadeia de suprimento (falta de algum produto).
Nesse sentido, pelo viés da oferta, verifica-se um impacto significativo atual na inflação.
Ainda há outros fatores combinados que contribuem para a inflação como o aumento dos gastos excessivos do governo (por meio de uma política fiscal expansionista sem um aumento correspondente na arrecadação, juntamente com a instabilidade política e econômica).
Não menos importante alguns mercados são concentrados, devido a baixa concorrência facilitando a formação de cartéis e a fixação de preços mais altos.
O cenário é que os juros não cairão, conforme a ata do Copom ao reforçar a interrupção da queda da taxa Selic, hoje em 10,5% ao ano, diante dos sinais nada animadores.
Em resumo, juros altos afetam a população que planeja fazer algum financiamento para aquisição de algum produto ou contrair algum empréstimo.
Tenha uma ótima semana. Gratidão!
Cláudio Chiusoli
Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR. Mande sua sugestão ou dúvidas para prof.claudio.unicentro@gmail.com. Acompanhe meu canal do Youtube e minhas redes sociais Linkedin, Facebook e Instagram.
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2 Comentários
Excelente artigo professor !!!
Muito esclarecedor !!!
Obrigado Semi Osman