Por Cláudio Chiusoli
Domingo, dia de churrasco com a família, vou ao supermercado comprar e fazer espetinhos de coração de frango. Surpreendentemente, um pacote de 1kg custava R$ 41.
Olhei na porta ao lado e vi um anúncio de pernil de porco por R$ 11,00 o quilo, dava para comprar quase 4 quilos.
Que decisão acha que tomei?
Aí fui comprar pimentão vermelho e, para minha nova surpresa, estava R$ 19 reais o quilo.
Tento pegar o menor possível, mas não teve jeito. Peguei um tamanho normal, os familiares iriam tirar um “sarro” ao chegar em casa um pimentão tão pequeno.
Essa situação deve ser uma dúvida para muitas pessoas que vão ao supermercado, que questionam.
Como é que pode à inflação oficial utilizada pelo governo federal, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apontar apenas 0,16% em março de 2024?
É difícil de entender, não? Isto é especialmente verdadeiro para as donas de casa que vão ao supermercado todos os dias.
Entretanto, para o campo da ciência econômica, há uma explicação.
Basicamente, o conceito de inflação é o aumento generalizado e persistente dos preços de bens e serviços.
Das nove categorias estudadas para cálculo do IPCA, “Alimentação e Bebidas” respondem por 19,3% da inflação.
Neste contexto, existem dois tipos principais de inflação: custo e demanda, e são definidos assim:
1) Inflação de demanda: refere-se ao aumento da demanda por determinado produto, ou seja, a demanda é maior que a oferta.
2) Inflação de custo: refere-se a um aumento no preço dos insumos de uma empresa, como gasolina, energia, embalagens, impostos e preços em dólares.
Qual dos dois tem maior impacto? Notadamente o que a gente verifica nos supermercados é a inflação de custo, uma vez que afeta os preços de bens e serviços em toda a cadeia produtiva da economia, devido a questões estruturais e conjunturais.
Vale também a pena lembrar que o setor agrícola é muito sensível às questões climáticas, como a seca e o excesso de chuvas, o que naturalmente afeta, em última análise, o preço das frutas, legumes e outros produtos agrícolas.
Resta saber até quando isso vai continuar.
Fique por dentro. Tenha uma ótima semana. Gratidão!
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Cláudio Chiusoli
Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR. Mande sua sugestão ou dúvidas para prof.claudio.unicentro@gmail.com. Acompanhe meu canal do e minhas redes sociais Linkedin, Facebook e Instagram.
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