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Juros altos e spread bancário: como afetam a inadimplência da população?

Por Cláudio Chiusoli

A inadimplência ocorre quando uma pessoa ou empresa deixa de cumprir suas obrigações financeiras dentro do prazo.

O Brasil é conhecido por ter altas taxas de juros e spreads bancários elevados, o que impacta no crescimento da inadimplência da população.

Mas o que isso tem a ver com os ganhos (lucros) dos bancos?

A questão está no spread bancário que se refere aos ganhos que os bancos obtêm ao intermediar dinheiro entre aqueles que têm e aqueles que precisam de recursos.

Ou seja, é a diferença entre as taxas de juros que um banco paga aos seus clientes quando capta recursos, por exemplo, investindo em CDB ou poupança, e as taxas de juros que ele cobra quando empresta dinheiro a pessoas físicas ou jurídicas, como um financiamento, empréstimo pessoal ou cartão de crédito.

Exemplificando de forma simples, o spread bancário seria assim:

  • O banco oferece CDB com taxa de juros de 12% ao ano (taxa de captação).
  • O mesmo banco oferece empréstimo pessoal com taxa de juros de 22% ao ano.
  • O spread bancário seria de 10% (taxa de empréstimo menos taxa de captação).

Neste sentido, altas taxas de juros fazem com que a população entre no conhecido ciclo vicioso, uma série de eventos negativos que se reforçam mutuamente, criando problemas cada vez maiores.

Em outras palavras, devido as taxas de juros elevadas, ao não pagar estas dívidas cria-se uma espécie de “bola de neve”, isto é, a dívida sempre aumentará.

A realidade é que a grande concentração de bancos permite menos concorrência na diminuição nas taxas de juros.

Outros fatores contribuíram para a concentração:

  • A fusão dos bancos ao longo dos anos, desde a década de 1990, levando ao crescimento das grandes instituições bancárias.
  • Da mesma forma, há barreira à entrada de novos bancos, uma vez que a criação de um banco é um processo complexo e dispendioso, dificultando a entrada de novos concorrentes no mercado.
  • Outro ponto, não menos importante, é a desigualdade no acesso ao crédito, em que os pequenos e médios bancos têm menos acesso a recursos, ficando incapazes de competir com os grandes bancos.

Dessa forma, independente de qual for o nosso caso, é importante pesquisar e comparar diferentes bancos, negociar as taxas ou buscar alternativas em outras plataformas de empréstimos e financiamentos, como fintechs e bancos digitais.

Tenha uma ótima semana. Gratidão!

Image by freepik

Cláudio Chiusoli

As altas taxas de juros e o spread bancário elevam o endividamento e a inadimplência da população. Entenda

Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR. Mande sua sugestão ou dúvidas para prof.claudio.unicentro@gmail.com. Acompanhe meu canal do e minhas redes sociais Linkedin, Facebook Instagram.

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(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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1 comentário

  1. Parabéns pela matéria!
    No final das contas, parece que evitar usar empréstimo bancário ou usar somente em casos raros e por pouco tempo é o melhor negócio.

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