Por Cláudio Chiusoli
Quando estudei Economia, havia uma disciplina chamada Economia Política.
Essa disciplina, como ciência, estuda as relações sociais na produção, circulação, consumo e distribuição de bens materiais.
Portanto, estabelece aspectos gerais dos problemas econômicos do dia a dia e formula teorias econômicas baseadas em diversos fatos econômicos que são capazes de definir a posição individual ou coletiva das pessoas em diferentes momentos.
E, com base nesta definição, o artigo de hoje associo na perspectiva econômica de que cada governante toma decisões com base nas suas crenças políticas ideológicas.
Depois da saída de um governo liberal e da chegada de um governo populista ao poder, algumas das decisões tiveram consequências econômicas negativas.
Governo liberal e o atual
Comparo brevemente o governo anterior, de posição liberal, com o governo atual em três indicadores interessantes para avaliação: déficit primário, lucros das empresas estatais e investimento estrangeiro.
Déficit primário
Em 2022, o governo anterior entregou R$ 59,7 bilhões em superávit e, em 2023, o governo atual deve fechar o ano com déficit primário de mais de R$ 200 bilhões (Fonte: Valor econômico).
Lucros das estatais
Em 2022, os lucros das empresas estatais brasileiras foram de quase R$ 200 bilhões, enquanto em 2023, as perdas chegarão a R$ 6 bilhões de reais (fonte: G1).
Investimentos estrangeiros diretos
Em 2022, o Brasil recebeu US$ 77 bilhões em investimento estrangeiro direto e, em 2023 ,foi de US$ 41 bilhões de dólares (Fonte: ONU).
Consequências da gestão atual:
- Excessivo número de ministérios (38 atualmente)
- Inúmeras viagens para 24 países em 2023, totalizando US$ 1 bilhão de dólares. Foram levados enormes comitivas e gastos com diárias em hotéis de luxo (Fonte: Veja).
- 35 Bilhões de reais em emendas parlamentares para ter apoio do Centrão (Fonte: Bacen).
Conclusão até o momento:
Para bancar um Estado inchado é necessário arrecadar mais. Assim, a carga tributária está aumentando para as empresas e até miram as entidades religiosas.
Não menos importante, o governo atual celebra as taxas de juro mais baixas e a queda da inflação, mas esquece que é devido a atuação de um Banco Central independente.
Em suma, o governo sem uma agenda liberal, que sugere um estado mais enxuto, não para de gastar excessivamente. Resta-nos ver o que acontecerá no ano de 2024.
Fica a reflexão. Desejo uma ótima semana!
Cláudio Chiusoli
Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR. Mande sua sugestão ou dúvidas para prof.claudio.unicentro@gmail.com. Acompanhe meu canal do e minhas redes sociais Linkedin, Facebook e Instagram.
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Foto: Freepik
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