Por Cláudio Chiusoli
Quais os juros cobrados no cartão de crédito e no cheque especial atualmente?
Uma rápida olhada no extrato do cartão mostra que a taxa de juros é de 219,36% ao ano ou 10,16% ao mês, enquanto o cheque especial está em 180% ao ano ou 5% ao mês.
No entanto, se atualmente a taxa Selic está em 10,5% e vem diminuindo gradativamente porque os Bancos ainda não baixaram os juros ao consumidor?
Até então é fácil argumentar do ponto de vista econômico, devido à complexidade de fatores externos e internos, porque as taxas de juros no Brasil ainda são altas.
Os fatores externos que contribuem para juros altos são decorrentes:
- Do aumento da taxa de juros em economias desenvolvidas como os Estados Unidos;
- Da instabilidade da taxa de câmbio, com desvalorização do real frente ao dólar norte-americano.
E os fatores internos são:
- Devido a inflação estar um pouco acima da meta;
- Pela incerteza fiscal devido à elevada dívida pública;
- E as expectativas de inflação, uma vez que os agentes econômicos acreditam que ela pode subir no futuro, o que leva a um aumento das taxas de juros no presente.
Segundo dados do Banco Central do Brasil, os cinco maiores bancos do Brasil são Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica Federal, que detêm aproximadamente 56% do ativo total do sistema bancário.
Fica então evidente que o sistema bancário é altamente concentrado.
Diante disso, parece realmente ser necessário uma maior concorrência entre os bancos – o que, claramente, não acontece ou está muito oculto – , para derrubar a taxa de juros ao consumidor.
Na situação atual, uma vez que se discute muito sobre o Banco Central não cortar as taxas de juros, é bastante simples que aqueles que deveriam assumir a liderança, mais precisamente seriam os bancos estatais, para que possam desempenhar este papel social.
A concorrência mais intensa beneficiaria o consumidor, com a diminuição da taxa de juros e até mais, oferecendo serviços de melhor qualidade e estimulando a inovação no setor, simplesmente por haver mais competição entre os bancos.
Como consequência, isso afetaria positivamente o dia a dia para quem desejar comprar algum produto, como um carro, financiar um apartamento ou mesmo refinanciar uma dívida já existente.
Tenha uma ótima semana. Gratidão!
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Cláudio Chiusoli
Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR. Mande sua sugestão ou dúvidas para prof.claudio.unicentro@gmail.com. Acompanhe meu canal do e minhas redes sociais Linkedin, Facebook e Instagram.
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