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A Cidade Industrial de Londrina não passa de uma placa e 47 alqueires abandonados

O empreendimento, que deveria ser entregue no próximo mês e gerar 12 mil empregos, está abandonado

Mirella Fontana e Telma Elorza
O LONDRINENSE

Anunciada com muita pompa pelo prefeito Marcelo Belinati (PP) e pelo governador Ratinho (PSD), às vésperas das eleições de 2020, inclusive como sendo “um divisor de águas na história de Londrina” e “um dia histórico para a cidade”, o Cilon – Cidade Industrial de Londrina, que fica no prolongamento da Avenida Saul Elkind sentido Cambé, tem apenas 5,23% das suas obras concluídas em 17 meses, segundo mostra o Portal de Transparência da prefeitura. Com um investimento estimado em R$ 23.942.092,99 e o prazo de execução da obra máximo de 18 meses, o empreendimento já deveria ser entregue no próximo mês.

Marcelo Belinati no inicio das obras do Cilon, no dia 30 de novembro de 2020 – Foto: blog.londrina.pr.gov.br

O espaço que abrigaria o complexo industrial conta com uma área de 47 alqueires, capacidade para 90 lotes e deveria gerar até 12 mil vagas de emprego, entre diretos e indiretos.

A obra que incluiria serviços preliminares, terraplenagem, drenagem, pavimentação asfáltica, serviços de urbanização, redes de água e esgoto, iluminação pública, ensaios tecnológicos e serviços complementares, entre outros, hoje é apenas um local cheio de barro com alguns canos de esgoto, nada mais e nada menos.

Imagem: Secretaria de Obras de Londrina
Imagem: Secretaria de Obras de Londrina

Na época do lançamento, o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (CODEL), Bruno Ubiratan, afirmou que “Já existem cerca de 120 indústrias interessadas em adquirir um dos 90 lotes que serão disponibilizados, posteriormente, com licitação específica. A CODEL irá acompanhar todos os passos da instalação e contratação das empresas, por meio de um trabalho intenso e amplo.”

O prefeito Marcelo Belinati chegou a dizer que havia “fila de espera de empresas para instalarem aqui, mostrando que Londrina tem um enorme potencial. E a cidade sairá desse momento de crise, que vem acontecendo no mundo todo por conta da pandemia, antes mesmo de muitas outras cidades do Brasil”, afirmou.

Infelizmente, não foi isso que aconteceu. Durante todo esse tempo, a obra contou com apenas 9 medições, (a informação pode ser conferida aqui), muito pouco empenho para o tamanho do benefício, empregos e renda que poderiam ser gerados para a população de Londrina, além da decepção causada nos empresários que aqui queriam se instalar e que, a essa altura, já devem ter procurado outras cidades da região. Uma vergonha!

Procuramos a Codel para que pudéssemos entender o que aconteceu com a obra e tivemos a seguinte resposta através de sua assessoria de imprensa:

“As obras foram iniciadas em novembro 2020 e interrompidas em dezembro 2021. Foi cancelado o contrato por parte do Município justamente porque não houve explicação técnica que justificasse a lentidão.”  A empresa responsável é a Construtora & Incorporadora Squadro, vencedora da licitação n° 04/2020, com valor de R$ 23.942.092,99.

Questionamos também sobre o tamanho do impacto disso na economia do município que já poderia estar gerando empregos e renda, a resposta foi: “O impacto tem o tamanho da frustração gerada em futuros investidores e no próprio poder público, que se movimentou para gerar empregos. Não há números que expressem corretamente esse atraso. Cabe à prefeitura, porém, cercar-se de todos os cuidados relativos à transparência e proteção total ao erário público, respeitando os prazos exigidos por leis.”

Mas, para os londrinenses, o impacto é de 12 mil pessoas desempregadas!

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