Já faz tempo que nós deixamos de consumir as informações apenas através do papel. Ao contrário, ano a ano temos cada vez mais visto notícias, informações, cultura e entretenimento por meio das plataformas conectadas à internet. Nossas crianças já estão nascendo nessa era em que tudo se vê por meio de uma tela de computador ou celular. Nossos adultos, entretanto, precisaram aprender a assistir esse tipo de conteúdo. E não é fácil mudar drasticamente o comportamento de décadas.
Por isso, o conceito de letramento digital representa o aprendizado das competências necessárias para que o indivíduo utilize de forma crítica a informação gerada na era da internet. Não só isso, é a preparação das pessoas para o mundo moderno, com o desenvolvimento de habilidades cognitivas interpessoais importantíssimas para o convívio em sociedade, para o mercado de trabalho e para a harmonia entre as pessoas. Habilidades que, aliás, já eram importantes no passado, mas, não necessariamente eram aprendidas na escola.
O dilema que enfrentamos hoje é o de que muitos professores, justamente por terem sido formados na época anterior ao advento da internet, não possuem a capacidade técnica para entender e compreender o funcionamento das novas tecnologias nem tampouco estão aptos às qualidades interpessoais mais valorizadas na atualidade. E aí é que se cria o conflito entre as gerações, dentro da sala de aula. De um lado, professores saudosistas com o tempo em que os alunos eram diferentes. De outro, estudantes entediados com as aulas desconectadas da realidade.
Se nossas instituições não fizerem um esforço para atualizar esses professores, demoraremos muito tempo até que, naturalmente, as gerações vindouras ocupem os espaços da educação. Isso porque as mudanças ocorridas nos tempos de hoje são muito mais rápidas que as que ocorriam antigamente. Educadores e educandos devem aprender a usar de forma estratégica o que se aprende e como se aprende a fim de gerar influência no contexto sociocultural.
Tiago Mariano
Formado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pós-graduado em Ensino e História. Atualmente ministra aulas no Colégio Estadual Olavo Bilac, em Cambé, no Colégio Maxi, em Londrina, e é coordenador pedagógico da startup londrinense EducaMaker. Em 2018, foi premiado pela Google for Education (2018) com o primeiro lugar nacional no Programa Boas Práticas pela criação de um método de formação de alunos de alta performance.
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