Juros sobem para 11,25%. A culpa é das estrelas?

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Por Cláudio Chiusoli

Estuda-se, em Economia, que quando é necessário diminuir o consumo das famílias, a principal entre as várias medidas que se toma é aumentar as taxas de juro, no caso, a Selic.

Diante desse assunto, o Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou recentemente as taxas de juros em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano, em sua última reunião.

Há evidências de que alguns setores da economia estão em expansão, prevendo-se que o PIB cresça 3,2%, de acordo com a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, e com uma inflação acima do teto de meta que é de 3%.

Na ata do COPOM ficou evidente que uma das questões são os gastos fiscais, que estão relacionados com o desafio de estabilizar a dívida pública causado pelas despesas excessivos do governo.

Aumentar as taxas de juro é conhecida na literatura econômica como política monetária contracionista com o objetivo de controlar a inflação, ou seja aumento dos preços.

Esse movimento econômico tem ocorrido devido aos gastos do governo e em parte ao mercado internacional que compra produtos brasileiros, principalmente commodities, a exemplo da soja, café, minério de ferro, carnes, suco de laranja.

Mas é importante destacar que os gastos governamentais e as exportações são parte da composição que constituem a demanda agregada, uma vez que estas acrescem o consumo das famílias e o investimento empresarial.
O fato é que a maioria das famílias está atualmente endividada e as empresas investem pouco, especialmente com a alta das taxas de juro.

Como resultado, juros elevados impossibilitam que alguns setores, a exemplo da construção civil, financiem os compradores e, para piorar a situação, alguns bancos já divulgam que apenas 60% a 80% do valor do imóvel está disponível para financiamento e com novas taxas de juros.

Notícias econômicas sérias e responsáveis, além do Banco Central, alertam que a política econômica com excesso de gastos do governo é responsável pelo aumento das taxas de juro. Um remédio amargo, mas necessário.

O cenário é a seguinte: taxas de juro elevadas, inflação elevada e déficits públicos.

Enquanto isso a equipe econômica atrasa o anúncio do pacote fiscal de cortes nas despesas. Ainda não percebeu a seriedade do problema ou é tudo culpa das estrelas?

Foto principal: Imagem gerada por IA/Freepik

Excelente semana. Gratidão!

Cláudio Chiusoli

O Copom subiu a taxa de juros para 11,25%. Os gastos públicos e o consumo estão puxando a politica monetária contracionista

Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR.

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