Por Cláudio Chiusoli
O cenário doméstico atual traz juros mais altos – passando de 10,25% para 10,50% ao ano – e inflação crescente acumulado em 4,24% em 12 meses, acima da meta estabelecida de 3%. Além disso, há gastos excessivos do governo gerando um enorme déficit público e uma economia aquecida com projeção crescimento do PIB.
Obviamente, eesse último fato é notícia boa. Mas o lado ruim é que essas variáveis justificam juros elevados, o que foi motivo para o COPOM (Comitê de Política Monetária) em aumentar a SELIC.
Isto porque as taxas de juros mais elevadas tornam o crédito mais caro, desencorajando o consumo das famílias e o investimento empresarial, prejudicando o crescimento econômico.
Para entender um pouco desse tema, na economia há um termo conhecido por demanda agregada, expressão comentada no noticiário econômico, mas pouco explorada sobre como fornecer informações mais claras à população.
Trata-se de uma definição da macroeconomia que é resultado da soma de quatro componentes principais:
1. consumo das famílias,
2. investimento das empresas,
3. gastos do governo e
4. exportações líquidas.
A demanda agregada é uma das formas utilizadas para medir o PIB de uma país.
Juros subiram
Compreendendo cada um dos quatro componentes principais, tem-se:
• Consumo das famílias: refere-se ao consumo das famílias em bens e serviços que, em muitos casos, é o maior componente na maioria das economias.
• Investimento das empresas: refere-se a ocorrências como, por exemplo, expansão de fábricas, aquisição de equipamentos e máquinas.
• Gastos do governo: refere-se as despesas do governo em infraestrutura, educação, saúde, segurança e outros.
• Exportações líquidas: refere-se na diferença entre as exportações menos as importações.
Conter consumo das famílias e investimento das empresas por meio de uma política monetária contracionista é a justificativa pelo aumento das taxas de juros.
Mas certamente um dos vilões da inflação, que o governo federal parece não entender são os elevados gastos – o déficit público.
Que, ao que tudo indica, não serão reduzidos mesmo que as taxas de juros subam.
Excelente semana. Gratidão!
Cláudio Chiusoli
Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR.
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