Restaurante rural na Warta funciona aos domingos e dá para passar horas com a família e amigos
Telma Elorza
O LONDRINE̅NSE
Fazia um certo tempo que estávamos ensaiando ir conhecer o Rancho Country Brasil, na Warta. Alguns amigos que já foram me diziam que eu PRECISAVA conhecer. Mas, por essas coisas da vida, nunca dava certo. Até que, no último domingo (17), as estrelas se alinharam parcialmente e fomos, eu e minha irmã, conhecer o local. E, olha, lamentei não ter levado o resto da família e amigos para passar o dia. O lugar reúne tudo que a gente gosta: comida caseira de qualidade, música ao vivo, bebidas geladíssimas e ainda tem represa para quem quiser pescar, muito espaço para criançada correr e brincar com segurança sem incomodar os outros, trilhas para os mais dispostos e pode rolar até um karaokê no final da tarde.
“A princípio, nós abrimos das 12 horas e vamos até às 18 horas. Mas já ficamos até às 22 horas, porque o pessoal gosta daqui e não tem pressa de ir para casa. Enquanto tem gente se divertindo, vamos ficando”, conta Isabel Silva. Ela e o marido, o cantor Leo Dantas, proprietários do lugar, são simplesmente muito simpáticos e acolhedores. E Isabel confessa: “Abrimos aqui porque nós dois gostamos de tudo isso. Queríamos um local onde nossa família pudesse comer bem, beber uma cervejinha, cantar e se divertir. É a nossa família atendendo as outras famílias”.
E ela não está brincando quando diz que é a família que atende: ali trabalha Isabel, Leo e dois dos filhos trigêmeos, Samuel e Isabela. Além disso, quando o movimento é muito grande, Isabel convoca outras duas filhas casadas para ajudar. De funcionários, só as cozinheiras e o churrasqueiro.
O restaurante começou como uma casa de shows, na beira da rodovia Carlos João Strass, no km2, mas o espaço durou apenas 8 meses. Um incêndio destruiu o local, em 2019. Por questões legais e burocráticas, o casal não pode reconstruir no local. Optaram então por construir um local novo, ainda no terreno, mas cerca de 200 metros abaixo do original. “Como a estrutura antiga está lá, muita gente chega aqui e pensa que está fechado, mas é só seguir reto a estradinha que vai sair no nosso estacionamento”, explica Isabel.
Realmente, o espaço fechado nos confundiu um pouco quando chegamos, mas insistimos ao ver placas indicativas. Por estar bem recuado, só fomos ver o novo espaço e sua estrutura depois que estacionamos o carro.
O local do restaurante é bem grande, comportando cerca de 350 pessoas no espaço fechado (em termos, porque é bem ventilado, com vista para trilhas e mata). Eles atendem festas e eventos fechados, aos sábados. Casamentos, confraternizações de empresas, tudo que a imaginação mandar. “Mas já tivemos até casamentos aos domingos, com o restaurante aberto ao público. Nesse caso, separamos uma área com toalhas de cores diferentes dos demais para pessoal ficar à vontade”, conta Isabel.
Uma das coisas que mais gostei no local é que eles preservaram grandes árvores da mata que já existiam ali, quando foram construir. Palmeiras enormes dividem o espaço com as mesas e até na churrasqueira tem um árvore preservada. Adorei.
Comida caseira de qualidade
Mas vamos falar do objetivo desta coluna: comida e diversão.
O restaurante oferece uma variedade enorme de comida caseira. Além de um buffet completo de saladas variadas, há os pratos quentes deliciosos. Tem feijoada, dobradinha (minha irmã quase se mata de tanto comer a dobradinha), tem massas, moela ao molho, arroz temperado, frango frito, tutu de feijão, torresmo crocante, farofa das boas e muito mais.
Confesso, não consegui provar tudo. Era muita comida para escolher. Ainda mais que me acabei no torresmo, na batata doce frita, na berinjela empanada e na mandioca frita (ai, que delícia, crocante) antes de realmente decidir almoçar. Com uma cervejinha, hum! Fica perfeito.
E ainda tem a parte do churrasco, com costela assada desmanchando, linguiça deliciosa e carne de porco (neste domingo tinha joelho de porco assado, fantástico). E para completar uma mesa de doces tradicionais como pudim, doce de abóbora, ambrosia, canjica, manjar de coco, gelatina colorida, pavê, sagu tradicional e a surpresa da casa: o sagu invertido, cozido no leite condensado e acompanhado por uma calda de vinho. Divino!
O buffet completo, à vontade, sai por R$59,90 por pessoa. Ah, detalhe: o almoço vai das 12 às 15 horas. Depois, para quem ficar até mais tarde e quiser comer alguma coisa, há porções.
Eu e a irmã tínhamos decidido não beber (motivos: muitas comemorações na semana anteriror), mas a Isabel fez questão que provássemos o Drinkcaskov – feito com caipira de limão e um ice de vodka (R$25). Uma gostosura, mas é preciso ter cuidado com ele. Sobe rapidinho. Nós duas, dividindo um, saímos alegrinhas de lá. E isso que pedimos uma jarra de 1,5 litro de suco de abacaxi com hortelã (R$26,90), para “desintoxicar”.
O som ao vivo dá um toque especial ao lugar. Principalmente, porque o Leo Dantas, que divide o palco com um outro cantor, não deixa o volume ultrapassar os limites do conforto acústico. Ou seja, você ouve música de qualidade (na nossa visita, no domingo, o repertório era de clássicos sertanejos – Boate Azul e Ainda Ontem Chorei de Saudade, claro, estavam por lá – e, por incrível que pareça, minha irmã rockeira sabia cantar todas as que tocaram durante a nossa permanência no local) e ainda consegue conversar com os amigos sem precisar ficar gritando. E o Leo sempre passa nas mesas perguntando se querem que abaixem ainda mais o volume. Ou seja, respeito aos clientes está no top 10 desse restaurante. O couvert artístico (que vale a pena) é de R$5.
A gente não chegou a ir conhecer a represa, porque eu prefiro evitar estar próximo a rios e coisas similares, principalmente depois de um drink especialmente potente. Mas a Isabel diz que, quem quiser pescar, é só levar as tralhas de pesca.
É possível fazer reservas pelo telefone (43) 98861-7945.
Fotos: Telma Elorza e Ilka Elorza
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