Por Ana Paula Barcellos
A moda e o estilo têm sido, por muito tempo, uma forma de comunicação não verbal. Desde os tempos antigos, as pessoas usavam roupas e acessórios para indicar sua posição social, riqueza e até mesmo suas crenças religiosas. No entanto, à medida que a sociedade evolui, a moda também deve evoluir. Hoje, mais do que nunca, é importante que moda e estilo sejam vistos como uma forma de autoexpressão, e não apenas como um símbolo de status.
Historicamente, a moda era ditada por uma elite que estabelecia tendências que o resto da sociedade seguia. No entanto, com o a globalização e o surgimento das das redes sociais, a dinâmica mudou. Agora, qualquer pessoa com um smartphone pode influenciar tendências e criar seu próprio estilo. Isso democratizou a moda, permitindo que mais pessoas usem suas roupas como uma forma de expressão pessoal.
Autoexpressão X Status
Quando a moda é usada como um símbolo de status, ela cria uma divisão entre aqueles que podem “se dar ao luxo” de seguir as últimas tendências e aqueles que não podem, e passa a ser também um marcador social, o que pode estimular comportamentos elitistas e segregação. Por outro lado, quando a moda é vista como uma forma de autoexpressão, ela se torna inclusiva. Não importa se você está usando a última coleção de um designer famoso ou uma peça vintage de um brechó; o que importa é como você se sente e o que você está comunicando sobre quem é.
A autoexpressão através da moda permite que as pessoas mostrem sua individualidade. Em um mundo onde muitas vezes somos pressionados a nos conformar, a moda pode ser uma forma de resistir a essa pressão. Usar roupas que refletem quem você é pode ser um ato de coragem e autenticidade. Isso não só melhora a autoestima, mas também inspira outras pessoas a fazerem o mesmo.
Outro aspecto importante de ver a moda como autoexpressão é a sustentabilidade. Quando as pessoas compram roupas para expressar quem são, elas tendem a fazer escolhas mais conscientes. Isso pode significar optar por marcas que utilizam práticas éticas e sustentáveis, ou até mesmo reciclar e reutilizar roupas antigas. Isso não só beneficia o meio ambiente, mas também promove uma indústria da moda mais justa e equitativa.
Quem somos
Quando usamos a moda para expressar quem somos, em vez de tentar impressionar os outros, criamos um mundo mais inclusivo, autêntico e sustentável. A moda deve ser uma celebração da individualidade e uma forma de comunicação pessoal, não uma ferramenta de divisão social. Portanto, da próxima vez que você escolher uma roupa, pergunte a si mesma: “Isso me representa de verdade?” Se a resposta for sim, então você está no caminho certo.
Ana Paula Barcellos
Viciada em botas, sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências. Tem foto da Suzy Menkes na estante e escreve essa coluna usando pijama velho, deitada no sofá enquanto toma café com chocolate. Me siga no Instagram Me siga no Instagram @experienciasdecabide e @yopaulab
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