O futuro da moda eu desconheço, mas o presente é trashy, vintage e reutilizável!

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Quem tem perfil no Facebook já deve ter visto um anúncio que diz que suas roupas usadas podem ser o começo de um novo negócio…  isso nunca foi tão verdade! As pessoas estão cada vez mais buscando alternativas para a forma como vivem, como consomem e para criar novas formas de fazer dinheiro também dispondo daquilo que já possuem mas não usam mais.

Margareth Burton Upcycled – Divulgação

Brechós e serviços de curadoria de roupas vintage estão cada vez mais em alta! E essa é uma possibilidade de negócio que não se esgota e que ainda nem chegou ao seu ápice ou foi explorada tanto quanto pode ser!

Curadoria Ellen Maciel para a @cgc.vintage

E as roupas usadas ou antigas apresentam duas possibilidades diferentes e que podem se complementar: a de fazer circular as peças que estão em bom estado e a de transformar essas mesmas peças em novas peças completamente diferentes (através da reciclagem e upcycling, sobre os quais já falei aqui).

Curadoria Ellen Maciel para a @cgc.vintage

Nesse contexto de pandemia que trouxe ainda mais dificuldades financeiras, poder começar um micro negócio sem investir quase nada pode ser uma boa sacada. Você abre seu guarda-roupas, separa as peças que não quer mais e que estão em ótimo estado, sapatos ainda na caixa, acessórios que perderam a graça; tira fotos legais, começa uma lojinha on-line em uma rede social…  e vende!

@hidakaupcycling

Tanto no Instagram quanto no Facebook, aumentaram muito os perfis de brechós on-line e pessoas oferecendo curadoria de peças vintage. Também aumentou muito as possibilidades em termos de lojinha virtual – como Shoppee e afins – nas quais é possível se cadastrar de forma gratuita e começar um negócio que pode alcançar muito mais gente.

Curadoria Ellen Maciel para a @cgc.vintage

Pra quem tem outras habilidades além de saber tirar boas fotos e apresentar as peças de forma atraente na internet, existem ainda mais possibilidades! Tecidos bacanas de peças de roupas em desuso podem ser aproveitados para a criação de novas peças de vestuário e acessórios. Há quem trabalhe, inclusive, só com retalhos! Conheci uma moça que comprava apenas retalhos e sobras de tecido em promoção, o resto da matéria prima utilizada por ela era conseguida em chão de fábrica – tem fábrica que faz doação ou deixa disponível para quem quiser levar o que não vai ser utilizado. Com esse tecido, ela fazia patches (os retalhos cortados em quadrados e outros formatos) que unidos viram bolsas, echarpes, saias e uma infinidade de outras coisas. Ela disse que não criava uma marca porque acabava vendendo tudo paras as próprias amigas ou para gente que a procurava e nunca sobrava muita coisa.

Lendo esse último parágrafo você deve estar pensando em bolsa de patchwork, artesanal senso comum. Mas não! Eram peças extremamente estilosas, criações sensacionais e exclusivas, porque ela só fazia uma de cada!

Curadoria Ellen Maciel para a @cgc.vintage

Esse é, definitivamente, o presente da Moda: artesanal, lixento (ou trashy, como definiu certa vez um colunista do NY Times, já que esses retalhos antes iam pro lixo) e vintage. É um movimento que já acontece também no circuito fashion há um tempo: Reaproveitar, reutilizar e encontrar beleza e novas possibilidades naquilo que seria descartado e economizar bastante! – além de encarar de vez a sustentabilidade como único caminho possível, não tem mais como voltar atrás nesse sentido. Detalhe: o conjunto da foto que abre nossa coluna (da marca Rentrayage) custa mais de R$ 1.000. É ou não é um bom negócio?

Ana Paula Barcellos

Escritora, mocinha do medalhão persa, marketeira e pesquisadora de tendências. Trabalha com as marcas Madame B., Maria Jujuba Rock e Pinacola.

Foto: @rentrayage

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