Um fim de semana em que Londrina foi feliz e bacana

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Por Ana Paula Barcellos

Quando precisa apontar o dedo, a gente aponta; mas quando é pra reconhecer as coisas boas que acontencem, a gente precisa saber fazer também. Eu, que me queixo bastante – entre outra coisas, são várias – do excesso de calmaria nos fins de semana londrinenses, comecei a semana sentindo que não tinha muito do que me queixar! Neste fim de semana, no entanto, Londrina se redimiu.

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Teve fim de noite na Concha sexta-feira (sempre tem feirinha lá, aliás, uma feirinha maravilhosa, faltou falar sobre isso em outras colunas também!), no sábado peguei o Calçadão fervilhando, quase trombei em algumas pessoas (sentia falta disso, acredita?), e caminhei apressada pra embarcar em um carro por aplicativo enquanto ouvia o batuque potente do protesto da Frente Feminista de Londrina (FFL) que bradava contra o criminoso e absurdo PL 1904/2024. Vozes conhecidas gritando palavras de ordem, muitos, muitos rostos conhecidos e queridos (tanto de mulheres quanto de homens) da nossa cidade fazendo coro e engrossando as fileiras do movimento!

Foi uma pena não poder parar, protestar e pulsar junto, mas ainda assim foi contagiante, levei a força da luta junto comigo e segui compartilhando o momento nas redes, as falas das participantes e o desejo de fazer a coisa acontecer. Penso que estamos conseguindo! E Londrina menina tem uma cena de movimentos sociais bastante forte, é preciso reconhecer e se orgulhar disso. Tem muita gente boa aqui!

Foto: Instagram FFL

Fim de semana de sol

No Domingo, o Calçadão ferveu de novo com a primeira edição do Dia Mundial do Fusca que aconteceu durante o dia todinho: teve exposição de carros antigos (o que era aquela F100 verde abacate, minha gente? Lindeza!), feirinha… Uma alegria ver aquele espaço preenchido em um domingo de sol lindo como estava, com céu azul “londrinense”. Não era por isso que eu vinha pedindo? Já é um começo.

Essa agitação toda foi mesmo uma inspiração para começar bem a semana. Aí, quando ouvi um senhor se queixando de um pixo em um muro (deveria ter tirado uma foto, era uma frase simples), chamando de vandalismo etc., consegui responder sem ironia: “Mas vai dizer que não é arte?, olha essa frase, a pessoa tava até inspirada, se sentindo poeta! Provavelmente coisa de gente jovem, a gente sabe como é… o senhor já foi jovem, nunca deixou uma marca por aí?”

Foto: Pinterest

Ficou pensativo por um tempo e depois caiu na risada.  Não me contou que marcas – e de que tipo, que coisas terá aprontado – mas admitiu que sim e confessou que, quando estudava à noite, fazia parte do trecho de volta pra casa caminhando e dava uns berros bem altos junto com os amigos. Minha vez de rir, meu pai contava que fazia isso às vezes.

Quando a cidade pulsa (seja como for) e a gente não resiste a esse pulsar, se deixa levar, a gente vive mais e reclama menos.

Foto principal: Codel

Ana Paula Barcellos

É graduada em História pela UEL, Mestre em Estudos Literários, integra coletivos culturais da cidade e é agente cultural. Sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências, e escreve também a coluna de Moda deste jornal.

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Leia mais Crônicas de uma cidade

(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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