Por Ana Paula Barcellos
Estou de volta ao centro de Londrina. Após 6 anos morando em bairro, estou literalmente no coração da cidade.
O centro sempre foi meu quintal, nasci e cresci aqui, e as ruas do centro têm um forte apelo, quase um chamado nostálgico, como se guardassem segredos antigos que só aqueles que passaram por ali podem ouvir. O centro, esse mosaico de histórias e vozes, que fica ainda mais charmoso com as luzes do entardecer.
Por aqui tudo parece mais prático e fácil; ir ao mercado é como dar um breve passeio em vez de correr uma maratona com hora marcada. O café da padaria, que perfuma o ar cedinho, está a um passo de casa. Sem contar as opções quase infinitas de lugares interessantes para ir. A cada dia, um novo convite; a cada esquina, uma nova possibilidade.
Nem tudo são flores no centro de Londrina
É claro, nem tudo são flores nesse meu Centro. Como gostar do trânsito em horário de pico? Ou da sujeira que fica depois do fim da feira?
Mas a noite, de frente para o cemitério, no sexto andar, pasme, é tudo quase silêncio. Tem brisa, tem céu bonito, as palmeiras que balançam com o vento suave. Tem sono tranquilo.
Escolher estar no centro é, de certa forma, escolher a intensidade. Escolher movimento, encontros, descobertas. Ao final do dia, a saudade das ruas tranquilas e floridas do bairro se misturam à emoção do retorno. No centro, estou pronta para redescobrir minha voz em meio ao ruído do dia, para encontrar meu espaço nas ruas agitadas, onde o caos e a poesia se unem em perfeita harmonia.
Foto principal: TripAdvisor
Ana Paula Barcellos
É graduada em História pela UEL, Mestre em Estudos Literários, integra coletivos culturais da cidade e é agente cultural. Sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências, e escreve também a coluna de Moda deste jornal. Siga os Instagram @experienciasdecabide e yopaulab
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1 comentário
Estou há quase um mês no centro também, depois de rodar pelos bairros, outras cidades (Arapongas e Cambé)… a única coisa que tem me estressado é sair com o carro na Av. São Paulo, no trecjo onde moro o lado da garagem não tem faixa para estacionar.
As noites tem sido surpreendentemente calmas, uma pena que andar no centro quando anoitece não está sendo legal