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Atelier ou loja ou casa: tudo junto e misturado

Por Ângela Diana

Semana movimentada por aqui! Porque montei um pequeno atelier de peças artesanais fora de casa e agora estou trazendo tudinho para casa de novo!

Passei muitos anos com o ateliê fora de casa… Era bom! Era o primeiro e deu muitos frutos! Mas eu não estava só! Uma das minhas manas da vida, Mira Benvenuto, fez parte disso! Até já escrevi sobre a Oficina de Arte Contemporânea! 

Me trouxe até meu companheiro de vida: Rogério Rigoni, que escreve a coluna DNA DO ROCK, aqui no jornal!

O atelier me trouxe grandes amigos e amigas e me ajudou a ter autoconfiança e coragem.

Depois, como uma tartaruga que carrega a casa nas costas, desmontei e levei tudo para casa! Eram os anos 2000 e Londrina já começava a mostrar a decadência cultural… Para se ter uma ideia, quando a Mira e eu abrimos a Oficina em menos de três meses já contávamos com uma dezena de alunos, fora o que o espaço proporcionava! Pois ele era para que tivéssemos nossos cantos para trabalhar nossa arte e, por fim, virou uma escola de arte e de vida!

Quando me casei e tivemos a oportunidade de estar numa casa grande, trouxe tudo para casa… A “tartaruga” à todo vapor! Kkkkkk

Vai daí, FOMOS OBRIGADOS a tomar conta da loja Bijorhca… Não sabíamos que a loja estava no fundo do poço e afundando mais… A loja foi histórica, fundada pelo seu Orlando Rigoni e Enriqueta Vizacaro, durou quase 50 anos, os últimos três anos de esforços (foram de grandes esforços) para chegar aos 50. Trabalhamos muito para isso! Trabalho duro! Desde limpar vitrine a arrumar um estoque caótico, pagar impostos e mais impostos, fazer compras, precificar certo…

Já há muitos anos minha sogra (que era uma das donas da loja) já apresentava sinais de que alguma coisa não estava certa e assim foi constatado começo de Alzheimer e pequenos AVCS… Ainda tínhamos que suportar surtos de raiva da parte dela porque esquecia que ELA tinha nos chamado já que, por direito, a loja também era do Rogério…Não sabíamos que os surtos estavam ligados a doença.

Fora que uma “LOJA”, que na minha cabeça era apenas (e É!) uma sala que você usa para vender coisas, tinha virado uma “instituição”! E quando isso acontece , seguem-se fatalmente a ganância, inveja e toda a sorte de energias ruins… O que era trabalho para a gente, para outros era uma “mina de ouro” cobiçada! Ah! Se isso fosse verdade! Saiba que nunca mais quero viver aquele inferno! A ponto de não querer levantar para ir pro trampo…chegávamos sete da manhã e o dia todo era, como diz o Rô: “punk”!

Depois que me casei, desmontei meu atelier e levei para casa. Aí, este ano, resolvi ter um novo, fora de casa. Mas as coisas não são mais como eram

E, sim, gente! Tivemos muitas clientes maravilhosas! Trago elas no coração! Mas, também , vi o quanto certas pessoas são desagradáveis e esnobes, principalmente quando você está do outro lado do balcão!

Quando estávamos conseguindo levantar a loja (e muito porque o Rogério estava fazendo pela mãe, pois nossos sonhos eram outros), fomos acusados de “roubar ” a loja! Descobrimos que perdemos clientes porque achavam que tínhamos “tomado” a loja da minha sogra.

Aproveito aqui, para fazer um alerta! Não para expor ninguém! Quando seu familiar apresentar quadros de flutuações emocionais, delírios, crises de agressividade, depressão, levem imediatamente no médico! Muitas vezes nos acostumamos que uma pessoa possa ser “geniosa”, mas 99 entre 100% é uma doença séria!

Fechamos! E lá vamos nós! Levar o que sobrou e começar de novo (modo “tartaruga “ativado)! Foi a sorte! Dois meses depois começou a pandemia!

Nisso a pandemia mudou radicalmente os costumes! A crise financeira, as oportunidades na web, compras facilitadas…Tanta coisa bacana!

Atelier, melhor em casa

Trabalhamos como pudemos! Enfim, atelier de montagem fora de casa! Cinco meses depois a conclusão inevitável: trabalhar em casa é bem melhor! Voltamos com tudo pra casa: atelier e oficina.

Me acostumei com  a jornada dupla, mas com a geladeira perto! 

O jardim para tomar um ar, os dogs e cats para fazer a alegria do dia, poder ficar mais com o maridão, rodeada das obras e referências ! E poder fazer meus horários sem depender de ônibus ou Uber…

A coisa ruim? O centro de Londrina! Depois da pandemia, o centro ficou pior (se isso era possível), Calçadão descaracterizado, barulho o tempo todo, de músicas chatas para caramba e alto falantes, lojas da China com as mesmas quinquilharias (cadê a ACIL PARA DAR APOIO PARA OS COMERCIANTES QUE ESTÃO AQUI HÁ TEMPOS?) Enfim…Londrina está um tédio! 

Mas, devo parabenizar toda a reforma do Vila Rica! Resgate da memória e teatro!!

É isso…bora arrumar a casa  de novo e dar um UP na produção de arte, artefatos e o que me der na telha! 

Aliás, ter a liberdade de movimento, sem ter que ficar entre quatro paredes esperando cliente entrar é fantástico! Ir de encontro as pessoas é muito melhor! E, lógico, nossa querida internet que nos conecta com muitos artistas, designers, artesãos e nos ajuda a construir uma vitrine viva e para o mundo!

Pax vobiscum 

P.S: fica a dica! Eduardo Kobra fazendo um gigantesco grafite em Foz do Iguaçú! Lógico que vai ter coluna sobre isso! E também sobre o trabalho maravilhoso do Binho, grafiteiro dos ótimos, conhecidíssimo e que está fazendo uma parceria com a nossa querida rádio Antena Zero de Sampa! Tudo isso na próxima coluna! Não perca!

Ângela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos. Instagram angela_dianarte

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Fotos: Acervo pessoal

(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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