Por Telma Elorza
“Olá, queria saber se você pode me dar dicas como atuar como garoto de programa para atender só mulheres”.
Eu simplesmente perdi as contas de quantos caras já me mandaram e-mails, mensagens no meu whastapp, no whatsapp do jornal, deixaram comentários nas colunas da Tia Telma, entraram nos meus perfis pessoais no Instagram e Facebook para me pedir dicas de como ser um garoto de garoto de programa.
Por causa disso, estou até preparando um e-book sobre isso. Logo, logo, ele estará disponível. Enquanto o livro não sai, aconselho a quem quer se aventurar na profissão a ler a coluna 5 dicas para ser um garoto de programa de sucesso. Ali tem o básico que vocês precisam assimilar para começar.
Mas o que quero falar, nesta coluna, é que, entre os caras que me perturbam todo dia querendo ser um garoto de programa, vejo muitos – a maioria – que são totalmente inadequados para isso. Por dois motivos: ou são feios e com baixo nível de escolaridade ou querem trabalhar só com mulheres.
A questão da beleza e da baixa escolaridade são pontos importantes. Pessoas que mal sabem escrever, com um português horrível, homens “mal diagramados” (para não dizer tão feio quanto bater na mãe), meninos magricelas, caras sem dentes (!), ficam entusiasmados com a ideia de ganhar dinheiro fazendo sexo. E, sim, recebo fotos. Posso avaliar sem medo de exagerar. A autoestima do macho brasileiro é uma coisa assustadora, gente.
Mas vamos falar sobre escolaridade primeiro. Investir em educação é básico. Para muitos garotos de programa de sucesso, o sexo nem é a principal atividade. Eles são contratados para ACOMPANHAR mulheres de nível, num evento, numa viagem, num jantar. Eles precisam saber interagir com pessoas de classe social elevada, saber conversar sobre assuntos variados, ser informados. Nesses casos, as mulheres contratam o cara mais pela companhia agradável. Não pelo tamanho do pau.
“Ah, mas o cara é pobre, não tem dinheiro para investir em si mesmo para melhorar”! Gente, por favor. Pobreza não é desculpa. Investir em educação é básico. Tanto que existem opções gratuitas de estudos on-line. Vou até passar alguns sites para a pessoa estudar de graça, como o Senai Play, Aprenda Mais do Ministério da Educação, Unesp Aberta, Fundação Getúlio Vargas, entre outros. A pessoa tem escolhas, é só ir atrás
Sobre a beleza, meu primeiro conselho é tenha noção exata da sua aparência física. Nenhuma mulher ou homem – com dinheiro suficiente para pagar um garoto de programa – vai escolher um cara feio e mal cuidado se existem tantas opções melhores no mercado. “Ah, tia Telma, isso é discriminação”! Não, não é. É jogar a realidade na cara. O cara não precisa ser um modelo para estar na profissão, mas ele tem que fazer um mínimo para se apresentar de forma mais apropriada e atraente.
Que tal começar a cuidar da pele, dos cabelos? Banho, lavar o rosto, higiene pessoal às vezes resolve muita coisa. Ah, não tem dinheiro para pagar academia? Vá correr na rua! Isso já vai melhorar seu corpo e sua saúde. Não tem dinheiro para pagar dentista? Maioria das faculdades de Odontologia oferece serviços de graça. Aliás, se mora perto de uma universidade, geralmente existem serviços de extensão comunitária com várias opções, em clínicas práticas para os estudantes dos cursos treinarem. Aproveite isso, confira todos e use a seu favor.
Garoto de programa só de mulheres? Que piada
O que mais chega para mim são homens falando que querem ser garotos de programa, mas só para atendimento a mulheres. Alguns até especificam: querem atender novinhas ou então só coroas (pior, nesses casos, alguns até colocam limite de idade, por exemplo, até 60 anos).
Uma coisa que o pretendente a garoto de programa deve aprender – e rápido – é que não dá para escolher clientes quando se está começando. O novato na profissão deve estar disposto a fazer de tudo e atender todos, seja homem, mulher, novinho (raro aparecer, já aviso) ou idoso, gordo ou magro, feio ou bonito, cadeirante ou com alguma deficiência e casais. E deve tratar a todos com respeito e atenção. Ouvir as necessidade deles, não julgar e estar preparado para satisfazê-las. Você, que quer ser garoto de programa, está preparado para isso? Vai dar conta? Se acha que não, procura outra coisa para ganhar dinheiro.
“Ah, mas sou hetero”! E daí, pergunto eu? A maioria dos clientes são homens. Não existem estatísticas oficiais, porque, claro, tudo acontece num submundo do sexo, com discrição. Então, mesmo quem usa os serviços de um garoto de programa regularmente, não admite oficialmente. Mas eu chuto que, por baixo, 70% da clientela de um iniciante virá de homossexuais, enrustidos ou não; e casais. Só 30% são mulheres.
E para se tornar um especialista e só se dedicar às mulheres, o cara tem que ser especial, mesmo, com uma beleza e charme que se destaca, um corpo nos trinques e o “rala e rola” muito bem feito, que traga uma enorme satisfação. O boca a boca de um serviço bem feito é a melhor divulgação. Não basta ser hetero. Você não está ali para seu prazer, mas para satisfazer o prazer de outro(a). Entendeu?
Bom, é isso o que posso falar por enquanto. Quando sair meu e-book, eu aviso e aí vocês vão poder comprar.
Espero ter ajudado.

Tem dúvidas sobre sexo? Mande sua pergunta para telma@olondrinense.com.br

Quem é Tia Telma?
Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.
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