Leviatã na economia e o Estado: necessidade de poder ou de reformas?

2151694190

Por Cláudio Chiusoli

O campo da economia é algo fascinante. Quando retrocedemos mais de 300 anos, encontramos uma expressão incomum atualmente: o “Leviatã”.

Este termo designa uma criatura marinha mencionada na Bíblia e que serviu de inspiração para o título da obra de Thomas Hobbes (1588/1679), um pensador político, filósofo e matemático inglês do século 17, que discute a natureza e as atribuições de um Estado moderno.

No livro “Leviatã”, o autor defendia principalmente o absolutismo e apresentava a teoria do contrato social. Argumentava que a luta entre os indivíduos só poderia ser evitada por meio desse contrato social. A obra sustentava que, devido ao foco dos cidadãos em seus próprios interesses, era imprescindível a presença de um governante autoritário para resolver as questões de conflito.

O livro Leviatã, de  de Thomas Hobbes, já falava, de um estado autoritário que deveria assegurar proteção dos cidadãos, regulamentação de leis para o sistema econômico e supervisão do mercado
Capa do livro Leviatã, de Thomas Hobbes – Foto: reprodução da internet

A ilustração que aparecia na capa de “Leviatã”, publicada em 1651, retratava um grande rei que protegia a cidade, com uma coroa na cabeça e uma espada na mão direita. Seu corpo e armadura eram formados pelos cidadãos da sociedade que se encontravam sob sua autoridade.

No que diz respeito à realidade econômica relacionada ao conceito de “Leviatã”, havia algumas consequências que o Estado deveria assegurar, como:

1) a proteção dos cidadãos, a estabilidade nas atividades econômicas e o direito à propriedade privada;

2) a regulamentação de leis e regras que estruturam o sistema econômico; e

3) a supervisão do mercado, uma vez que, as iniciativas privadas sem a proteção estatal poderiam causar instabilidades que afetariam o bem-estar da população.

Leviatã e o governo demasiado grande

A imagem do “Leviatã” já expressava na época a inquietação em relação a um governo demasiado grande e intervencionista na economia. Na atualidade, essa visão econômica sugere que o Estado para manter sua estrutura deve manter:

A) impostos elevados para sustentar suas amplas operações e projetos;

B) uma regulação excessiva que acaba sufocando a iniciativa privada e a inovação; e

C) um setor público sobrecarregado com empresas estatais e burocracia, resultando em ineficiência operacional e corrupção.

Em resumo, um Estado forte pode evitar desordens, porém, a interpretação atual na economia aponta para os perigos de um governo que se torna tão grande e influente a ponto de desencorajar a dinâmica econômica e a liberdade individual.

Dessa forma, considerando o impacto em nosso dia a dia, o governo deve preservar seu poder com a vasta estrutura existente ou implementar reformas imediatas?

Tenha uma ótima semana!

Foto principal: Freepik

Cláudio Chiusoli

O Brasil está vivendo numa bolha prestes a estourar. O país corre o risco de ruir, por causa de fatores que o governo não está conseguindo resolver

Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR.

Mande sua sugestão ou dúvidas para prof.claudio.unicentro@gmail.com. Acompanhe meu canal do Youtube e minhas redes sociais Linkedin, Facebook e  Instagram.

Leia todas as colunas de Economia no Seu Dia a Dia

(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINE̅NSE.

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Anuncie no O Londrinēnse

Mais lidos da semana

Anuncie no O Londrinēnse

Opinião

O espelho sombrio de Trump

As ações do presidente estadunidense Donald Trump são um espelho terrível do que poderia ser o Brasil se as eleições de 2022 tivessem outro resultado

Leia Mais
plugins premium WordPress