O Brasil não é para amadores: a ameaça da inflação e polêmica do PIX

pix - freepik

Por Cláudio Chiusoli

Quais são as expectativas para a política econômica em 2025?

Para ciência, a meta de inflação estipulada em 2024 era de 3% e tolerância máxima de 4,5% ao ano.

A taxa de inflação oficial do Brasil, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerrou 2024 com alta de 4,83%, acima do teto da meta.

Diante da inflação elevada, o atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, teve que escrever uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificando as causas da inflação.

Na carta, Galípolo diz que “a inflação em 2024 ficou acima do intervalo de tolerância em decorrência do ritmo forte de crescimento da atividade econômica, da depreciação cambial e de fatores climáticos, em contexto de expectativas de inflação desancoradas e inércia da inflação do ano anterior”, em outras palavras, acusa o dólar e o clima como um dos causadores.

No entanto, há um equívoco na carta, o presidente do BC não menciona a necessidade do governo federal adotar políticas fiscais responsáveis.

Quando o pacote fiscal foi apresentado o mercado reagiu imediatamente com desconfiança em relação às medidas. Por conta disso, a moeda americana disparou, desvalorizando o real em 2024, superando o patamar de R$ 6.

Os editoriais econômicos apontaram que foi um mal começo para o presidente do BACEN, que já assumiu sob questionamentos a respeito de sua independência em relação ao presidente Lula que o indicou.

Fora isso, é importante destacar também a polêmica em torno do PIX, que virou meme nas redes sociais. É claro que não seria tributado, mas como o governo precisa arrecadar cada vez mais, ficou evidente que há um desejo de controlar a movimentação financeira da população.

Diante da má repercussão, o secretário especial da Receita Federal declarou “eu decidi revogar esse ato num primeiro momento, e essa revogação se dá por dois motivos: um deles é tirar isso que virou, infelizmente, uma arma na mão desses criminosos inescrupulosos. E a segunda razão é não prejudicar o debate e a tramitação do ato que vai ser agora anunciado pelos ministros.”

Na verdade, o Brasil não é para amadores.


Excelente semana. gratidão!

Foto: Freepik

Cláudio Chiusoli

O pacote fiscal anunciando pelo governo deixou especialistas preocupados por fragilidades e inconsistências.

Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR.

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Respostas de 2

  1. Caro Dr. Claudio
    Parabéns pelas suas matérias sempre bem embasadas e focadas!
    De fato, como o Dr. disse “O Brasil não é para amadores”
    Gilmar Aguiar

    1. Gratidão Caro Gilmar pelas considerações, o que me reforça a continua seguir uma linha editorial cada vez mais embasada e focada.

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