Por Cláudio Chiusoli
Considere a seguinte situação: uma família formada por um casal e dois filhos pequenos, que ganha R$10 mil por mês, gosta de passear em família, comprar roupas de grife, sair para comer em bons restaurantes e ter o carro do ano.
Tudo parece estar tranquilo até perceberem que as despesas necessárias como saúde, educação, alimentação, remédios, roupas e aluguel é equivalente a R$ 13 mil por mês.
No entanto, a família não avalia a situação financeira e insiste em gastar, parcelando as contas mensais, usando cartão de crédito e, às vezes, pegando dinheiro emprestado.
Essa rotina de ter um bom padrão de vida ou até mesmo para um status social sem uma renda compatível e adequada pode gerar sérios desequilíbrios e endividamentos elevados.
Até aqui trata-se apenas uma narrativa, mas definitivamente há famílias que estão endividadas e muitas vezes por falta de educação financeira.
Em analogia a abordagem, o que tem de semelhança com o Estado? É gastar mais do que arrecada, o que gera o déficit público.
O déficit público já está acima de R$1 trilhão e o prejuízo acumulado das empresas estatais federais e estaduais ultrapassou R$ 7 bilhões em 2024. O poder judiciário consome mais de R$ 130 bilhões do tesouro público todos os anos, sem contar os 39 ministérios que estão para servir os propósitos ideológicos.
Sem respeito às contas públicas
Sem sinal de revisão das contas, o governo continua a gastar em viagens internacionais, grandes comitivas e hotéis de luxo, sem qualquer respeito pelo dinheiro público.
Em relação à política econômica, espera-se que o ministro da Fazenda anuncie o pacote de contenção de gastos públicos após reunião anunciada com a sua equipe.
Contudo, é difícil acreditar que será lançado um pacote fiscal que faça diferença após quase dois anos de gestão do governo.
As consequências para as famílias são uma inflação mais elevada, um dólar mais forte e taxas de juro mais altas.
A maioria dos cidadãos concorda com os gastos governamentais, uma vez que compreende que os recursos públicos devem ser devolvidos à sociedade para melhorar a educação, a saúde, a segurança e outros tópicos relevantes.
Para fechar a conta, o governo precisa recorrer ao mercado, emprestando a taxas de juro mais elevadas. E os gastos estão de forma muito ineficiente e o custo da má gestão está sendo danoso para a população, principalmente a de baixa renda.
Afinal, segundo o próprio presidente, os livros de economia estão ultrapassados.
Excelente semana. Gratidão!
Foto: Imagem gerada por IA/Freepik
Cláudio Chiusoli
Professor de Administração na UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste /PR. Economista formado pela UEL. Pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR.
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