Como ler uma obra de arte

ang

Existem duas formas de ler uma obra: a objetiva e a subjetiva. Na primeira, os critérios utilizados são os técnicos, como luz, sombra, configuração, equilíbrio, movimento…Já no segundo vem a emoção, o gostar e o não gostar, as sensações.

Muitas pessoas me falam que não “entendem certas obras”, e eu sempre respondo a mesma coisa: “a arte é para ser sentida e não entendida racionalmente”. O racional fica para os técnicos, artistas, curadores, historiadores de arte ou para os realmente interessados em aprender!

Nesses últimos tempos, muito se fala em arte e nada de aprender sobre! Muitas pessoas que criticam algumas obras ou alguns artistas, mas sem base teórica ou qualquer tipo de educação visual ou histórica. Dicas! Quando vocês forem ver alguma exposição, não tentem adivinhar o que o artista quis dizer, você está lá para SENTIR, ver outras possibilidades, mergulhar em outro mundo….

Aliás, a maior gafe ou falta de educação mesmo é dizer:”Nossa! Até eu fazia isso”!

Não, independente da obra, você não faria, mesmo porque o artista foi o primeiro a ter a ideia e colocar a mão na “massa” por assim dizer, é um comentário grosseiro e desnecessário!

Não adianta se vestir com um sapato ou roupas caras, se você é capaz de dizer isso da obra de qualquer artista.

Entre numa exposição de coração e mentes abertas! Claro, se quiser aproveitar melhor, dê uma pesquisada antes na trajetória do artista. Exemplo: muita gente conhece a fase cubista do Picasso, e dizem que não gostam, não entendem mas desconhecem as outras fases dele…

E tudo bem não gostar de determinada fase da obra, lembrem-se, o grande “lance” é sentir…E sentir pode ser ódio, amor, calor, ternura, amargura…O que não pode acontecer é a indiferença, essa é a pior inimiga de qualquer obra de arte!

Se vier uma onda de horror, melhor que sentir o “nada”.

Lógico que existem obras tecnicamente ruins, mas como como disse no começo, esse tipo de estudo são dos técnicos, dos profissionais da área.

 Ah! muito importante frisar que a obra “fala’ de formas diferentes com cada um de nós…Meus alunos sempre riam quando eu dizia isso, mas no fim de alguns meses de curso, vendo muitos artistas diferentes, eles entendiam perfeitamente.

Acontece aquele momento mágico, que você passa por uma pintura, desenho, escultura, objeto e que ele te “chama”, seus olhos mergulham nas cores, na forma, na energia do trabalho, e quando menos se percebe, você esta lá, com os olhos grudados na obra, sentindo um misto de emoções, querendo levar o trabalho para casa, como se já fizesse parte da sua vida…E faz mesmo! Freud e Jung explicam, esse é o tal do “inconsciente coletivo”, aquele que diz que todos nós seres humanos estamos conectados!

Muitas vezes, o artista pinta seu mundo, seu microcosmos, e se conecta com o de um desconhecido…Sim, somos todos da mesma tribo! (Quando o ser humano entender isso, as guerras acabam!).

Já passei aqui na coluna alguns títulos de filmes para quem quiser se iniciar no mundo das artes, vou recapitular alguns: “Caçadores de Obras Primas, “A dama dourada”, “Os amores de Picasso”, ‘Olhos grandes”, “Van Gogh”, “Renoir”, “A garota dos brincos de pérola”, “Frida”…Entre outros!

Farei uma seleção de alguns livros que são bárbaros para quem quer realmente conhecer o mundo das artes! Logo deixarei aqui na coluna!

Boa semana de frio e céu azul de inverno para todos!

Fotos: Acervo pessoal

Angela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Anuncie no O Londrinēnse

Mais lidos da semana

Anuncie no O Londrinēnse

Opinião

A falsa premissa da economia e o retrocesso

Reunir em uma única estrutura administrativa as Secretarias Municipais de Assistência Social, de Políticas para Mulheres e do Idoso é um imenso retrocesso. Nem a premissa de economia se mantém, porque os custos sociais serão maiores

Leia Mais
plugins premium WordPress