Por professor Renato Munhoz
Por que será que previsão tem este nome?
São várias as ferramentas que ajudam a sustentabilidade, das mais tecnológicas até mais usuais, casuais e simples.
A medida em que a tecnologia foi surgindo, avançando e crescendo as ferramentas da sustentabilidade também sem ampliaram. As possibilidades de se chegar a lugares onde nunca se chegava antes foram adicionadas as ferramentas de proteção ambiental.
Em qualquer planejamento ou em qualquer ação, a previsibilidade pode fazer com que os resultados sejam melhores alcançados e que os prejuízos causados por possíveis elementos não previstos sejam minimizados. Os satélites e outras ferramentas tecnológicas ajudam efetivamente sobretudo na questão do clima. Catástrofes que podem, de alguma maneira, ser previstas ou serem até mesmo programadas.
Como exemplo os furacões, que acontecem em diversos países do mundo, são programados (e podem ser previstos) com alguns dias ou semanas de antecedência, fazendo com que as pessoas que seriam drasticamente atingidas pelo fenômeno, consigam se refugiar e se retirar destas áreas.
Previsão na engenharia das cidades
No caso do Rio Grande do Sul, em relação às enchentes, não se trata de ferramentas tecnológicas puramente, mas questões de engenharia. As cidades estão localizadas próximas aos rios e não só no Rio Grande do Sul. Isso se deve ao fenômeno de urbanização ligada a ideia de que as pessoas moram geralmente perto do seu trabalho. As indústrias se localizam em áreas com possibilidades hidrográficas, pois a água é um dos elementos essenciais no processo de industrialização, tanto na matéria prima quanto na gestão dos resíduos. Neste sentido, as cidades foram sendo povoadas em torno dos rios.
As cidades ficaram vulneráveis. Em Minas Gerais, por exemplo, muitas cidades em torno das barragens das mineradoras, podem ser o prelúdio de um apocalipse já anunciado em Mariana e Brumadinho.
Avisos estão sendo produzidos pela natureza. Que já não suporta mais tanta pressão do desenvolvimento industrial.
Como as mudanças climáticas, previstas já algum tempo, com as consequências já anunciadas e vividas em várias partes do mundo. Os cientistas já alertavam para que as cidades se preparassem para possíveis alterações climáticas que poderiam impactar a vida de centenas de pessoas.
Cidades inteiras podem sofrer impactos por consequência de ausência de previsibilidade ou por esta não ser respeitada. É obvio que, em algum momento, o rio pode encher, as barragens podem se romper. Mesmo que seja mínima a possibilidade, é preciso pensar em saídas inteligentes de modo a garantir a integridade das cidades e das pessoas.
Já existem hoje diversas formas de buscar saídas para ajeitar a bagunça que o desenvolvimento imprevisível está causando no mundo. Mas são saídas onerosas, que exigem grandes investimentos e mudanças radicais nas estruturas urbanas.
O que será preciso agora é uma força tarefa entre ciência, poder públicos e pessoas de bem para a construção de um plano imenso, que possa fazer as leituras de impactos de forma antecipada. E quem sabe começarmos a agir desde já na busca de soluções para que outras esperanças não sejam perdidas.
Tragédias são escolas, para que as lições não aprendidas antes, possam ser praticadas posteriormente.
Foto: Freepik
Professor Renato Munhoz
Educador, historiador, teólogo. Pós graduado em juventude gestão de programas e projetos sociais e educação ambiental. Me siga no Instagram: @profrenatomunhoz
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