Por professor Renato Munhoz
A Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta, é também um dos mais ameaçados. Originalmente cobrindo cerca de 15% do território brasileiro, o bioma estendia-se por 17 estados, abrigando uma impressionante variedade de flora e fauna. Atualmente, resta apenas 12,4% da cobertura original, distribuída em fragmentos, segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Apesar disso, sua importância permanece incalculável, especialmente para as cidades, que dependem dela para garantir qualidade de vida, serviços ecossistêmicos e equilíbrio climático.
A Mata Atlântica em Londrina: pulmões verdes em ação
Em Londrina, a Mata Atlântica também deixa sua marca, com remanescentes em áreas públicas e privadas que desempenham papéis cruciais na conservação da biodiversidade e no controle do microclima local. Um dos maiores símbolos dessa riqueza natural é o Parque Estadual Mata dos Godoy. Este pulmão verde, com cerca de 690 hectares, é lar de inúmeras espécies de plantas e animais, algumas delas ameaçadas de extinção, e possui relevância não apenas ecológica, mas também educacional e turística.
Outros exemplos de conservação estão espalhados por Londrina em parques menores e reservas particulares, reforçando a ideia de que proteger a Mata Atlântica é uma tarefa coletiva.
A Importância da preservação
A preservação da Mata Atlântica não é apenas uma questão ambiental, mas também econômica e social. Este bioma é responsável por regular o ciclo das águas, proteger o solo contra erosões e fornecer ar puro às cidades. Sua destruição compromete a segurança hídrica, ameaça a agricultura e aumenta os impactos das mudanças climáticas.
A degradação das áreas florestais nas cidades agrava problemas como inundações e ilhas de calor. Por isso, ações concretas de conservação e restauração são urgentes e devem envolver a sociedade civil, o poder público e a iniciativa privada.
O caminho para a recuperação
Para reverter o quadro de destruição e preservar o que resta da Mata Atlântica, é essencial investir em projetos que promovam a recuperação de áreas degradadas. Algumas iniciativas eficazes incluem:
- Criação de Corredores Ecológicos: Conectar fragmentos isolados para permitir o fluxo de espécies e aumentar a resiliência do bioma.
- Educação Ambiental: Envolver escolas e comunidades em ações que valorizem a biodiversidade local.
- Fiscalização Rigorosa: Combater o desmatamento ilegal e fortalecer a aplicação de leis ambientais.
- Políticas de Pagamento por Serviços Ambientais: Recompensar proprietários que mantêm áreas preservadas ou promovem a restauração de florestas.
- Ampliação da Arborização Urbana: Incentivar o plantio de árvores nativas em espaços urbanos, criando áreas verdes que contribuam para a qualidade de vida.
O papel da comunidade
A preservação da Mata Atlântica exige a participação de todos. Desde pequenas ações, como o plantio de árvores nativas, até a cobrança por políticas públicas eficazes, o envolvimento da sociedade é fundamental. Programas como o “Adote uma Árvore” ou mutirões de plantio são exemplos de como cidadãos podem contribuir.

Um futuro sustentável
Proteger a Mata Atlântica em Londrina e em todo o Brasil é garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. Ações locais, como as realizadas na Mata dos Godoy, mostram que é possível aliar desenvolvimento urbano e conservação ambiental. Que as cidades se tornem, cada vez mais, exemplos de convivência harmônica com este bioma tão valioso.
Preservar a Mata Atlântica é preservar a vida. É um compromisso que beneficia todos e exige esforço coletivo, mas cujo retorno é imensurável.
Professor Renato Munhoz

Educador, historiador, teólogo. Pós graduado em juventude gestão de programas e projetos sociais e educação ambiental.
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