Por professor Renato Munhoz
Na carona da tragédia ambiental no Estado do Rio Grande do Sul, vêm de tudo um pouco. De analistas ambientais que não conhecem um pé de nada; cientistas que negam a própria ciência, produtores de mentiras e falsos posts, falsos religiosos usando da dor deste povo para falar sobre castigo divino, e por aí vai.
Fiquei “matutando” um pouco antes de arriscar umas linhas. Não quero ser repetitivo nem, muito menos, falar “asneira”. Como contribuir com palavras neste momento em que os gestos serão os mais importantes? Como não ficar jogando pedras nas políticas públicas ambientais que poderiam ter minimizado a extensão da tragédia, se de fato fossem realizadas com seriedade?
Enfim, como muitos nesse momento, me reservei ao silêncio, a prece, a oração, ao contato com os amigos que estão por lá. A solidariedade de um PIX que pode ajudar alguém ou alguns.
Em muitas religiões, as velas simbolizam da presença de Deus, dos anjos e dos guardiões. Muitas casas sem energia elétrica estão sendo iluminadas por velas acesas. Que estas luzes, além de iluminar a sofrida noite de quem ainda espera por um resgate, uma ajuda, um socorro, sejam elas também luzes sagradas que guardem e protejam.
A hora é de humanizar a tragédia e socorrer os mais impactados
Não é hora de discursos inflamados, nem muito menos condenar a ajuda de quem quer que seja. Agora é hora de humanizar a catástrofe e ir ao encontro daqueles que são os reais impactados, famílias inteiras, comunidades, cidades. No centro disso tudo, pessoas, trabalhadores, homens, mulheres, crianças, idosos, jovens, animais. Que naturalmente perdem um pouco mais da esperança.
Serão anos de muita luta para a reconstrução de casas, bairros, ruas, cidades inteiras. Será necessário um esforço absurdo de todos os lados. Guardem um pouco as bandeiras individuais e abracemos a bandeira de todos neste momento, que é a bandeira da solidariedade. Mesmo em pensamento, com uma vela acesa, uma leitura bíblica, um Pai Nosso, uma Ave Maria, uma energização positiva, um incenso. Qualquer coisa positiva.
O que é certo é que a tragédia pode nos unir um pouco mais, mesmo distantes fisicamente. É preciso um sentimento de união.
Por fim, vou continuar por aqui com minhas reflexões, preces e mandando mensagens para meus amigos gaúchos, para ir cativando e motivando a retomada.
À você que está neste momento lendo um pouco desta singela coluna, visite outros textos que falam justamente de tudo aquilo que são vetores das tragédias ambientais, que não são mais incomuns. Infelizmente.
Um axé, uma luz e uma força grande para o povo do Rio Grande do Sul.
Foto: Pexels
Professor Renato Munhoz
Educador, historiador, teólogo. Pós graduado em juventude gestão de programas e projetos sociais e educação ambiental. Me siga no Instagram: @profrenatomunhoz
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