Alzira E e Caburé Canela mergulham nas águas da poesia

Alzira E_Credito_José de Holanda

Show no próximo sábado (28) encerra a programação do circulasons 2024. “Rio de Raízes” é uma experiência única que reafirma o entrelaçamento de raízes ancestrais e regionais

O LONDRINENSE com assessoria

Ao celebrar encontros, a quinta edição do circulasons recebe no próximo sábado (28), às 20, no palco do Teatro Ouro Verde, a cantora, compositora e instrumentista Alzira E e a banda londrinense Caburé Canela para o show “Rio de Raízes”, um mergulho nas águas de diversas fontes e que desembocam num mar de pura poesia e experimentações sonoras. O show encerra a programação do festival, que contou ainda com um encontro entre público e artistas e o espetáculo “Tetê Espíndola : Sertão Lisérgica – Um olhar de Arrigo Barnabé,  em estreia nacional. Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla. Realizado pela TOCA arte ação criação, o circulasons 2024 conta com o patrocínio da Amadeus Cervejaria, Bravino, Unimed e Sisprime.

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Os atores desse grande ato fazem um mergulho profundo nas composições de Alzira E e tocam, com ternura e saudade, Itamar Assumpção, um grande parceiro, com uma ligação imortalizada na discografia de ambos. O folk-groove pantaneiro setentista de Alzira E é um indicador vivo para o exercício da composição feminina contemporânea brasileira, celebrada enormemente no show que vai em cena no circulasons. “Rio de Raízes” é uma experiência única que reafirma o entrelaçamento de raízes ancestrais e regionais das composições de Alzira E, carregadas de tintas do pop, do rock, da música regional do centro-oeste e influências da cultura de fronteira e das raízes latinas de Alzira E que pegam o Paraguai, Bolívia, Uruguai e Argentina.

Alzira E

Alzira E é o nome artístico que Alzira Espíndola adotou a partir de 2007. É compositora, instrumentista, intérprete de sua obra, diretora artística e produtora musical da sua carreira. Veio de uma família de artistas, a família Espíndola: Humberto Espíndola, Sérgio Espíndola, Geraldo Espíndola, Tetê Espíndola, Celito Espíndola, e Jerry Espíndola, todos filhos de Alba e Francisco Espíndola. Considerada uma das mais importantes autoras musicais do País, Alzira acumula uma obra de mais de 160 canções gravadas, 14 álbuns lançados, centenas de shows por todo o Brasil e no exterior. Alzira radicou-se em São Paulo em 1985, ainda carregando, na íntegra, o sobrenome familiar. 

A cantora e compositora, que acaba de lançar um disco de inéditas, “Senhora do Tempo” com músicas escritas desde 1976 até 2022, diz que o show que acontece em Londrina traz sensações inéditas. Depois do show, acontece no saguão do teatro o lançamento do álbum em Londrina, com direito a autógrafo da autora. “Estou confiante, a banda é muito boa, adoro as cantoras. Essa ideia de tocar meu repertório e de ser acompanhada pela Caburé Canela é muito emocionante! Será um encontro totalmente inédito. Até agora, só tive contato com a Carol e a Mari . A Carol foi quem me convidou para cantar, à distância, uma composição dela no álbum Curva de Rio e, a partir disso, fomos trocando conversas e nos conhecemos em uma de suas vindas a São Paulo. Depois, ela me fez esse convite em nome da banda. Me emociona muito fazer parte desse momento da Caburé Canela, cantar compositoras da nova geração e ser cantada por elas! O repertório foi escolhido entre nós, com músicas de várias fases da minha estrada musical, com referências das gravações já feitas e a banda entrando com sua personalidade musical. Podem acreditar, está muito bonito! Também canto com eles duas músicas: uma do álbum Cabeça de Cobre, ‘Quantos Ais’ e a outra do álbum Cabra Cega, ‘Vaso'”, comenta.

Estar em Londrina remexe nas memórias de Alzira E. “É uma cidade que está sempre nas minhas lembranças. Digo isso tanto pelo Arrigo Barnabé como pelo Itamar Assumpção. A movimentação artística em Londrina, no teatro e na música, sempre foi referência. Já estive me apresentando aqui com Itamar Assumpção nos anos 90 e depois com minha irmã Tetê, na década de 2000, com o show Anahí. Para mim, é sempre um prazer estar mais pertinho dessa cidade e sua arte”, diz.

Caburé Canela

Alzira E e banda Caburé Canela encerram a edição 2024 do circulasons com show, neste sábado (28), no Teatro Ouro Verde

A Caburé Canela nasceu em 2013 e é formada por Carolina Sanches (voz), Lucas Oliveira (voz, violão e teclado), Maria Carolina Thomé (percussão), Mariana Franco (contrabaixo), Paulo Moraes (bateria) e Pedro José (voz e guitarra). Com uma identidade sonora que ultrapassa as definições de gêneros musicais, a banda se destaca por criar um sotaque singular, navegando por um rio de múltiplas raízes que afluem de seus integrantes.

Essas raízes são banhadas pelos cantos populares do Brasil, pelas influências do universo pop, da música negra mundial, do campo das experimentações sonoras, e deságuam na atual cena criativa que se compartilha na cidade de Londrina, cena também chamada de igapó-beat, rio de raízes, não por acaso, o mesmo nome do show que a banda apresenta no palco do circulasons 2024 e a continuação de um projeto que envolve os desejos, ideias e ações concretas da banda.

O show é a concretude do encontro da Caburé Canela com Alzira E, a realização de uma conexão que já vem acontecendo há tempos, de maneira orgânica. “As suas melodias e influências sempre estiveram presentes em nossa trajetória musical, tanto na sua carreira solo, quanto nas parcerias com o Itamar e também através de seu trabalho com a banda Corte. Durante o processo de aprofundamento para este show, adentramos ainda mais nessas referências e percebemos também como essas já estão enraizadas em nós. Cada música escolhida para a apresentação reflete esse encontro, tanto coletivo quanto individual, e revela a nossa sonoridade em diálogo com as raízes de outros artistas e momentos, nos colocando também em contato com o que veio antes. Ouvir Alzira, ouvir Itamar, as versões das versões, o que veio antes: são muitos os ecos que evocam e que potencializam o que ainda está por vir. É uma proposta agregando diretamente a movimentação da banda que se insere há mais de uma década na cena independente de Londrina. Estamos vivos! E esperamos viver para ver!”, celebra Lucas Oliveira, também voz, violão e teclado da Caburé Canela.

O grupo mantém um trabalho coletivo com um ritmo que obedece ao movimento das águas. Antes do show no circulasons, o Caburé Canela esteve em Paranavaí participando do Festival “Pare a Nave Aí”, com um repertório que abraçou os dois discos da banda. A criação constante permite que o grupo já tenha várias músicas inéditas. “Estamos otimistas, quem sabe no próximo ano, tentar viabilizar o terceiro álbum por meio de algum edital de incentivo”, revela Carolina Sanches e anuncia a vontade da banda de gravar um single ainda em 2024, a música “Prato”, do paraense radicado em Londrina, Fichser Seixas. “Estamos trabalhando em um novo arranjo para a canção, trazendo novas texturas, novas intenções e dinâmicas”, diz.

Ainda sobre os encontros, Maria Carolina Thomé, o corpo percussivo da Caburé Canela, afirma que esse encontro entre Alzira E e a banda reflete o espírito da arte contemporânea, que se alimenta de diversas referências, especialmente no contexto geográfico onde estamos inseridos.

“A música que criamos transita por influências que vão desde os movimentos tropicalistas dos anos 60/70, a música negra mundial, o rock underground, a psicodelia, a música caipira e a riqueza da cultura nordestina. Todas essas influências dialogam entre si e criam uma mistura única de linguagens musicais, formando um vasto arquipélago sonoro que será apresentado no palco. Uma proposta que se alinha perfeitamente com o histórico do circulasons, que já trouxe artistas de enorme relevância para o cenário cultural, proporcionando ao público uma experiência que foge das tendências massificadas pelo mercado. Para nós, será uma apresentação histórica, principalmente por tocarmos com Alzira E, e por justamente este encontro também marcar nossa estreia no palco do Teatro Ouro Verde. Estamos muito felizes com a ocasião e nos preparando para fazer o que será, com certeza, um espetáculo memorável”, afirma.

O circulasons 2024 conta com o apoio da Casa de Cultura UEL, Rádio UEL FM, Hotel Crystal, ACIL, Brasiliano Restaurante, Caco Alimentação, Espaço Villa Rica, FUNCETIC, Ciliane Carla Sella de Almeida Advocacia, Loja Ciranda, Folha de Londrina, Ibrahim Gastronomia , Kinopus, Nosso Quintal, Livraria OLGA, Vertigo Filmes, Áudio Sonora e Visualitá Gestão de Design Estratégico.

Serviço:

“circulasons 2024 : Tetê 70 – Londrina 90”

Show com Alzira E + Banda Caburé Canela

Dia 28 de setembro, 20h, 

Local: Teatro Ouro Verde UEL (Rua Maranhão,85)

Ingressos: Ingressos: R$110 (inteira) e R$55 (meia-entrada) + taxa de serviço do Sympla.

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