Por Suzi Bonfim
A largada para um dos maiores eventos de música do país, o 44º Festival Internacional de Música de Londrina (FIML), no sábado (13) com a Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina (Osuel), abriu as portas para a sociedade londrinense percorrer uma tradição, uma jornada por sons e acordes diversos executados por talentos virtuosos. Por outro lado, músicos iniciantes estão bebendo diretamente da fonte, lições que são parte do alicerce do profissional em construção ou que está se atualizando.
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Um recorte sem precedentes no evento é o espaço garantido para os músicos atendidos por entidades sociais do país que são o ˜leito da educação musical” no Brasil, como define a presidente da Associação de Amigos do FIML, Magali Kleber, em entrevista no O Londrinense POD.
As entidades financiam o deslocamento e aqui a organização fornece alimentação e estadia para que crianças e jovens músicos participem do festival. É dinheiro público e a parceria com a iniciativa privada promovendo a verdadeira inclusão.
Tudo lindo e maravilhoso com uma programação organizada cuidadosamente para atender todos os públicos. Mas quem vê o evento acontecendo não imagina como foi possível chegar a este formato, com a engrenagem funcionando tanto em relação à formação pedagógica quanto às atrações artísticas, do Brasil e de outros países.
Uma saga para levar aos palcos o melhor da música
Tem muito trabalho envolvido na organização e principalmente na captação de recursos. O que aparentemente parece fácil já que o evento está sendo realizado há quatro décadas, exige muito empenho em busca de patrocinadores, segundo os coordenadores.
Elaborar os projetos para a captação junto às leis municipal (Promic) e federal de Incentivo à Cultura é um trabalho exaustivo e minucioso que exige a expertise de profissionais da área, meses antes do evento.
Os recursos da iniciativa privada também não caem do céu. A tradição do evento no cenário musical brasileiro não basta para convencer empresas consolidadas no mercado local, estadual e nacional a investir e patrocinar o festival.
Mas, felizmente, Unimed Londrina; Consórcio União; Grupo Marajó; Husker; Sanepar e agora a Itaipu Binacional e Secretaria de Estado do Turismo abraçaram a ideia e dão sua parcela de contribuição para fazer com que o evento aconteça. Além disso, quase duas dezenas de instituições apoiam a realização do festival este ano.
Ganha a classe sociedade, a classe artística e as empresas pelo compromisso social com a cultura nacional. Porém, é preciso dizer que se não fosse a paixão e persistência de um grupo de pessoas que se uniram em torno da Associação de Amigos do Festival Internacional de Música de Londrina, nada disso estaria sendo possível.
O empenho de uma geração para manter a tradição do FIML
Magali Kleber resume com propriedade o que move as pessoas que mantêm o evento: “Somos pessoas comprometidas com a cidade. Eu sou londrinense, pé vermelho, sou comprometida com Londrina e quero para Londrina o melhor no seu futuro. Cada edição do festival projeta décadas pra frente. Por isso, é um evento que jamais pode acabar. Nós somos os guardiões deste evento e não é só um evento. Ele formou inúmeros músicos que hoje estão voltando como professores no festival de música”.
Preocupada com a preservação deste legado, Magali, depois de 40 anos, prepara a geração que vai dar continuidade ao que teve início pela ousadia de quem acredita no poder da arte. Se alguém ainda tem dúvidas, não perca a programação até domingo (21.07).
Fotos : Estúdio Fotografe
Suzi Bonfim
Jornalista, formada na UEL, por quase 30 anos morou em Cuiabá -MT. De volta a Londrina-PR, vive a fase R de reencontros e renovação, respirando novos ares. Escreve sobre o que acredita por um mundo melhor. Instagram @suzi.bonfim
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foto: Rosemary Pinheiro Lima
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