Por Edmilson Palermo Soares
Você já abriu um vinho e se perguntou se ele está bom para ser consumido ou não? Pode o vinho estragar?
Encontrar um vinho estragado na adega de casa não é impossível, já que ele é um ser vivo que se transforma biologicamente e ganha novos sabores com o passar do tempo.
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Quando a bebida estraga, as notas florais, frutadas e amadeiradas, entre outras, dão lugar a cheiros que podem se assemelhar a vinagre, acetona, mofo e, até mesmo, papelão molhado.
Percebeu algum desses aromas ao abrir seu vinho? Sinal de que ele estragou.
O vinho por ser um “produto vivo” sofre interferência em sua qualidade mesmo depois do envase.
A origem destes aromas desagradáveis na bebida pode variar desde o cultivo da uva até o armazenamento do vinho já na garrafa.
Os fatores mais comuns que levam o vinho a estragar:
- Bouchonné: conhecido como “aroma de rolha” ou “gosto de rolha”. O vinho apresenta notas que lembram mofo e papelão molhado. Esse problema pode ser causado por compostos químicos encontrados na rolha ou nas instalações onde foi produzido.
- Oxidado: com o tempo adequado o oxigênio garante complexidade ao vinho, mas quando o volume de oxigênio não é bem administrado pelo enólogo, a bebida pode oxidar e tornar-se intragável. A oxidação se dá pelo contato excessivo do vinho com o oxigênio e pode ocorrer na vinificação ou mesmo após o engarrafamento.
- Brettanomyces: também conhecida como Brett, é um tipo de levedura da família Saccharomycetaceae. Assim como na oxidação, pode trazer benefícios, no entanto, também pode ser prejudicial ao vinho, a depender da concentração na bebida. Os problemas causados estão na redução da cor do vinho e o cheiro forte de estábulo ou curral.
Não é comum que uma garrafa de vinho estrague. Isso ocorre com vinhos de safras mais antigas, sem potencial de guarda. Para identificar um vinho estragado, é necessário ficar atento aos sinais que ele dá.
É possível observar se nas garrafas há indícios de danos causados por armazenamento inadequado.
Observe o rótulo, você pode perceber se aquela garrafa foi exposta ao sol ou a luz intensa, o que também pode acelerar o processo de oxidação e influenciar nos aromas, além dos sabores esperados no vinho.
Vamos lembrar que não dá para saber se o vinho está realmente danificado até que você abra a garrafa e experimente a bebida.
O surgimento de pequenos cristais no vinho pode ser interpretado como defeitos quando não são. Esses cristais são tartaratos (cristais que derivam do ácido tartárico) que se formam devido ao resfriamento excessivo do vinho e não afetam nossa saúde em nada.
Na próxima semana daremos dicas sobre como prevenir para não abrir um vinho estragado.
Fotos: Freepik
Edmilson Palermo Soares
Enófilo, sócio proprietário da Confraria da Taverna, loja de vinhos e espumantes que traz novas experiências no mundo do vinho, estudioso e entusiasta, com conhecimento prático provando vinhos de mais de 20 países e diversas uvas desconhecidas do público em geral.
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