Por Márcia Huçulak
O avanço da tecnologia e das inovações nunca foi tão rápido, num ritmo e volume que a maioria das pessoas quase não consegue acompanhar.
São inúmeros aplicativos e novas ferramentas tecnológicas que estão disponíveis e oferecidas como solução de problemas, especialmente para o poder público.
A tecnologia, contudo, não é uma panaceia que resolve todos os problemas. Tenho para mim: para quem não sabe aonde vai qualquer caminho serve. Por isso, é importante conhecer e identificar situações em que o uso da tecnologia melhora processos em benefício da população.
Essa é uma tarefa complexa e fundamental na medida em que os recursos são finitos e as demandas são infinitas. Muitas vezes são desperdiçados os poucos recursos disponíveis em soluções que não entregam os melhores resultados.
Por essa razão, a gestão pública não pode menosprezar o tema. É necessário criar um ambiente em que a incorporação de inovações seja pensada no contexto da busca da eficiência e efetividade das políticas públicas.
Nesse cenário, há dois desafios bem claros para os gestores de cada área:
1) ter a sensibilidade para identificar os avanços com potencial de incrementar os serviços;
2) eficiência em viabilizá-los dentro da estrutura burocrática.
Vencidas essas etapas, o passo subsequente é medir de maneira clara os resultados e promover as adaptações necessárias – o que pode criar um fluxo positivo permanente.
Muita gente acredita que inovação está relacionada apenas a situações disruptivas – como a invenção da internet, da inteligência artificial ou a criação de um carro voador; ou seja, a questões ligadas ao uso de tecnologias e aplicativos.
No entanto, a inovação pode ser feita na maioria das vezes por meio de pequenas melhorias de processos, produtos ou serviços, no “dia-a-dia”, diminuindo tempo e recursos para se alcançar o mesmo resultado. Esse processo tem o condão de proporcionar avanços significativos.
A melhoria contínua, portanto, está vinculada a uma visão inovadora aplicada permanentemente, o que faz toda a diferença nos resultados.
Tecnologia a serviço das pessoas
Curitiba é um bom exemplo das possibilidades. A cidade foi escolhida recentemente como a mais inteligente do planeta pela Fira Barcelona durante o World Smart Cities Awards. Um feito.
Entre as inúmeras ações que levaram a esse resultado quero citar a área da saúde, que coordenei e vi crescer de perto, como secretária municipal.
A saúde de Curitiba trabalha hoje num conceito chamado 4.1, que ganhou escala durante a pandemia com a criação da Central Saúde Já – serviços de telessaúde por meio de vídeo e áudio-chamadas.
Nos picos, a central chegou a realizar um número de atendimentos equivalente ao de duas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) físicas, ou 1.500 pessoas por dia.
Importante: a custos infinitamente menores que as estruturas físicas e atendimento seguro no encaminhamento de cada caso clínico.
Não se trata de uma disrupção, mas de um incremento, com recursos e equipamentos disponíveis, que promovem resultado expressivo na prestação do serviço.
A saúde e a cidade têm muitos exemplos: o aplicativo Saúde Já, a agenda on-line para uma série de serviços municipais, o EstaR eletrônico, apps para a central 156 e Nota Curitibana, o Fab Lab do Cajuru, entre outros.
Os gestores públicos têm a missão de desenvolver políticas públicas em benefício da população. Hoje em dia, a inovação e a tecnologia são grandes aliadas nessa tarefa.
Tecnologia só vale quando melhora a vida das pessoas.
Márcia Huçulak

Como secretária de Saúde de Curitiba (2017/2022), liderou o enfrentamento da pandemia de covid-19 na capital – trabalho reconhecido nacionalmente. Formada em Enfermagem pela PUC-PR, tem mestrado em Planejamento de Saúde pela Universidade de Londres (Inglaterra) e especialização em Saúde Pública pela Fiocruz. Elegeu-se deputada estadual em 2022 pelo PSD, sendo a mulher mais bem votada do estado e a mais votada (entre homens e mulheres) de Curitiba. Encontre a Márcia Huçulak nas redes: site
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Ilustração: Canva
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