Por Ana Paula Barcellos
O universo de “Beetlejuice Beetlejuice”, a aguardada sequência do clássico cult de 1988, não seria o mesmo sem seus figurinos góticos e excêntricos. A figurinista responsável por dar vida a esses trajes é a renomada Colleen Atwood, uma veterana da indústria cinematográfica com quatro Oscars no currículo. Atwood, que não trabalhou no primeiro filme, trouxe uma nova perspectiva ao mundo de Tim Burton, mantendo a essência do original sem deixar de dar seu toque único e original.
A criação dos figurinos
Entrar no universo de “Beetlejuice” foi uma experiência totalmente nova para Atwood. Ela e Tim Burton, conhecidos por suas colaborações em filmes como “Edward Mãos de Tesoura” e “Alice no País das Maravilhas”, queriam construir um universo que fosse ao mesmo tempo familiar e inovador.
Para criar os figurinos, Atwood se inspirou na moda dos anos 80, mas com um toque contemporâneo. Ela referenciou os icônicos trajes do primeiro filme, como os vestidos de tule e os ternos listrados punk, mas os reinventou para o público moderno. “Há muitas coisas que lembram o primeiro filme que foram expandidas”, explicou em entrevista para a Vogue. “Estava pensando em como podemos levá-los a um nível diferente para o público de hoje — como podemos explorar o estilo e ainda prestar homenagem a tudo o que veio antes?”, completou.
Figurinos que complementam a narrativa
Colleen Atwood é conhecida por sua habilidade em criar figurinos que não apenas complementam a narrativa, mas também se tornam personagens por si mesmos. Em “Beetlejuice Beetlejuice”, ela se concentrou em silhuetas atuais, mas tendo sempre em mente a inspiração oitentista. “Nós tiramos um pouco dos anos 80, mas ainda nos referenciamos muito à moda daquele período”, explicou Atwood. Ela deu à maioria dos guarda-roupas dos personagens um tratamento customizado, incluindo o trio original “Beetlejuice” (Michael Keaton), Lydia (Winona Ryder) e Delia (Catherine O’Hara).
Um dos destaques é o vestido de noiva preto criado para a personagem de Monica Bellucci, que busca vingança contra Beetlejuice. A peça é sofisticada e corsetada, exemplificando o macabro chique que Atwood queria alcançar. “Acontece que o macabro pode ser chique”, resumiu.
A colaboração entre Atwood e Burton resultou em um universo visualmente deslumbrante que certamente encantará tanto os fãs do original quanto uma nova geração de espectadores. Com seus figurinos góticos e detalhados, “Beetlejuice Beetlejuice” prova que, mesmo no mundo dos mortos, a moda está mais viva do que nunca.
Ana Paula Barcellos
Viciada em botas, sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências. Tem foto da Suzy Menkes na estante e escreve essa coluna usando pijama velho, deitada no sofá enquanto toma café com chocolate. Me siga no Instagram Me siga no Instagram @experienciasdecabide e @yopaulab
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