Antitendência: A nova tendência da moda

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Por Ana Paula Barcellos

Nos últimos anos, o mundo da moda tem presenciado uma mudança de paradigma: o fortalecimento da antitendência. Esse movimento, que vai na contramão do ciclo frenético das passarelas e das marcas de moda, propõe a valorização da autenticidade, da individualidade e da sustentabilidade. Podemos dizer que ser antitendência seria não apenas uma escolha estética, mas uma postura crítica em relação à indústria da moda e seus efeitos sociais e ambientais.

Tradicionalmente, a moda gira em torno de tendências que mudam a cada estação (ou temporada), criando um ciclo de consumo rápido. As marcas de moda lançam novos produtos em um ritmo acelerado, levando consumidores a se sentirem pressionados a acompanhar tendências passageiras. Assim, a antitendência surge como um antídoto a essa “ditadura da novidade”, uma celebração do que é diferente, atemporal e original. Ao invés de seguir a corrente, as pessoas estão, cada vez mais, buscando peças com as quais elas realmente se identifiquem.

Fotos: Pinterest

Uma das principais vantagens desse movimento é, claro, a sustentabilidade. Ao escolher peças que não seguem as tendências, as pessoas contribuem para a redução do consumo excessivo e do desperdício de recursos. A indústria da moda é uma das maiores responsáveis pela poluição ambiental e pela exploração de mão de obra barata. Ao ir contra essas práticas, a antitendência estimula um consumo mais consciente e responsável.

Antitendência e a identidade

Além disso, ao adotar um estilo antitendência, as pessoas têm a oportunidade de expressar sua própria personalidade e identidade. A moda, quando se torna um canal para a autoafirmação pessoal, passa a ser uma forma de arte. Cada look conta uma história, reflete vivências, crenças e paixões. Em vez de seguir os padrões impostos, as pessoas se sentem à vontade para escolher o que realmente tem a ver com seu jeito de ser. Essa liberdade de expressão provavelmente é um dos maiores ganhos com essa tendência, pois permite que a diversidade seja celebrada em todas as suas formas.

As redes sociais têm desempenhado um papel fundamental na divulgação da antitendência. Influenciadores e criadores de conteúdo têm usado plataformas como Instagram e TikTok para promover estilos diferentões. A ideia de que a moda pode ser uma extensão do nosso “eu” tem ganho adeptos, gente que valoriza a individualidade em vez do efeito manada de consumo.

A nova tendência é ser antitendência, indo na contramão da indústria da moda. As pessoas estão procurando peças que seja uma extensão do seu "eu"

Os movimentos de moda que cultivam a antitendência também são mais inclusivos. Em vez de seguir as normas tradicionais de beleza e estilo, muitas pessoas estão se unindo para ocupar seus espaços e lutar para serem representadas de verdade, para que a moda não fique restrita a uma silhueta ou estética específicas, mas se abra para perceber e mostrar o que cada jeito de ser tem de bom.

Valorizar a individualidade ao invés de focar em tendências passageiras pode contribuir para a criação de um ambiente no qual a moda se torna também uma forma de resistência. Ou seja, usar looks antitendência não é apenas uma escolha de estilo; é um tipo de manifesto que diz que a verdadeira moda é aquela que fala da gente e do mundo que a gente vive.

Ana Paula Barcellos

Viciada em botas, sacoleira e brecholenta, trabalha com criação de joias artesanais e pesquisa de tendências. Tem foto da Suzy Menkes na estante e escreve essa coluna usando pijama velho, deitada no sofá enquanto toma café com chocolate. Me siga no Instagram Me siga no Instagram @experienciasdecabide @yopaulab

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