Por Robson Moretão
Fala, galera! Aqui é o Robson Moretão, e hoje vamos aprofundar um assunto que agitou a indústria. Em outubro, trouxemos uma matéria sobre o “colapso criativo” que Shawn Layden apontou no mercado de games. Agora, exploramos um contraponto inspirador da Nintendo, através de palavras de Shigeru Miyamoto, lenda viva da empresa. Vamos entender os lados desse debate que envolve criatividade, inovação e os altos custos dos games AAA!
O dilema da criatividade na indústria
Shawn Layden, ex-executivo da PlayStation, trouxe uma crítica afiada na Gamescom Asia. Segundo ele, a busca por sucessos comerciais e franquias de peso tem sufocado a inovação e a liberdade criativa. Em suas palavras, estamos vendo um “colapso criativo” na indústria. Isso acontece porque os altos custos dos jogos AAA, que facilmente ultrapassam os milhões, desestimulam a criação de algo novo e arriscado, levando à repetição de fórmulas seguras. Além disso, os estúdios menores, conhecidos por ousar e trazer ideias frescas, enfrentam cada vez mais dificuldades de competir.
Layden destaca que, para reverter esse cenário, é essencial voltarmos a apostar em produções menores, que priorizem a originalidade em vez de lucros rápidos. Ele enxerga esses jogos como uma “luz no fim do túnel” para a diversidade criativa, que anda cada vez mais comprometida. Afinal, a inovação nos games não pode ser ditada apenas por estratégias de monetização. Isso é como assinar a “sentença de morte” do setor, segundo Layden.
Nintendo: criatividade acima de tudo
Aí entra a visão de Shigeru Miyamoto, o mestre por trás de títulos icônicos da Nintendo, como Super Mario e The Legend of Zelda. Para ele, a criação de algo único e valioso é muito mais importante do que gastar milhões em um título. Em uma recente conversa com investidores, Miyamoto compartilhou sua filosofia: o que importa é a ideia e o valor que ela agrega, não necessariamente o orçamento gigantesco.
Miyamoto acredita que investir em ideias novas, que trazem algo que “nunca existiu antes”, gera jogos com um valor único e duradouro. Essa visão contrasta com o padrão atual de blockbusters, em que o foco é em gráficos ultrarrealistas e jogabilidade complexa, mas pouco inovadora. E, seguindo essa filosofia, a Nintendo muitas vezes opta por lançar títulos menores e experimentais, apostando na qualidade e no fator “diversão”.
Esse ponto de vista da Nintendo nos lembra que não é preciso um orçamento estelar para criar algo incrível. Com um time enxuto e um bom conceito, é possível desenvolver jogos criativos e acessíveis. É uma maneira de trazer variedade à indústria sem comprometer a qualidade — afinal, como diz Miyamoto, o polimento e o toque único é que realmente fazem a diferença.
Duas visões, uma indústria
Então, onde esses pontos de vista se encontram? Por um lado, temos uma indústria onde os gigantes dos games exigem resultados financeiros rápidos, forçando um padrão de produções seguras e de grande orçamento. Do outro, a Nintendo mostra que criatividade e inovação podem (e devem) ser sustentadas mesmo com custos elevados, mas sem perder o foco na diversão e na experimentação.
A verdade é que, embora os jogos AAA tenham seu lugar, a indústria precisa de equilíbrio. A ideia é valorizar tanto os jogos menores e inovadores quanto as produções de alto nível, o que favorece uma comunidade de desenvolvedores mais diversificada e, claro, uma experiência de jogo mais rica para todos nós.
Se você também acredita que criatividade nos games deve sempre vir em primeiro lugar, compartilhe suas opiniões! E, se tiver um jogo inovador favorito ou uma experiência que redefiniu a maneira como você vê o mundo dos games, conta pra gente nos comentários.
Foto principal gerada por IA
Robson Moretão
Um maluco por games desde sempre – há mais de 30 anos! Sou fissurado em histórias incríveis, desafios “impossíveis” e gráficos realistas. Aqui, na minha coluna, vou falar sobre o avanço desta indústria fantástica e seus desdobramentos. Ah, e se quiser ficar por dentro das últimas novidades dos games e e-sports diariamente, cola comigo nas minhas redes sociais: Twitter, Tiktok, e Instagram
Leia todas as colunas sobre Games
(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.
