Por Robson Moretão
Fala, galera! Eu sou o Robson Moretão, e sejam muito bem-vindos a mais um artigo aqui no Além dos Controles. Hoje vamos falar sobre um tema que está dando o que falar na indústria de games: a crise de criatividade que está tomando conta dos estúdios. A criatividade nos jogos vai além de apenas criar mundos e personagens legais; é sobre trazer experiências cheias de inovação, surpreender jogadores com mecânicas novas e contar histórias de formas que nunca vimos antes. Porém, segundo o ex-executivo da PlayStation, Shawn Layden, essa criatividade está em queda, e isso pode ser um grande problema.
Durante a Gamescom Ásia, Layden, que trabalhou na Sony por décadas e foi um dos responsáveis pelo sucesso do PlayStation, discutiu o que ele chamou de “colapso da criatividade” na indústria de games. Para ele, a dependência crescente de grandes sucessos de bilheteria e o foco em imitações de jogos populares estão matando a inovação. “Estamos vendo um colapso da criatividade nos jogos hoje com a consolidação dos estúdios e o alto custo de produção”, disse Layden. Ele também apontou que os jogos de orçamento intermediário, conhecidos como AA, estão praticamente desaparecendo, o que ele vê como uma ameaça ao ecossistema dos games.
Nos velhos tempos, segundo Layden, os estúdios se preocupavam mais em saber se um jogo era divertido. Hoje, a conversa mudou. Com o custo de produção de um jogo AAA alcançando cifras milionárias, os estúdios estão cada vez mais cautelosos em assumir riscos. Isso significa que as empresas preferem lançar continuações ou imitar jogos de sucesso, como Fortnite, na esperança de replicar o sucesso financeiro. “A tolerância ao risco caiu. E você está [olhando] para sequências, você está olhando para imitações”, explicou.
Caminho sem risco?
Layden destaca que essa busca por bilheteria é uma “sentença de morte” para a indústria. E ele não está errado. Os jogos AA, que eram conhecidos por trazerem ideias novas e muitas vezes surpreendentes, estão sendo sufocados. Títulos mais baratos, porém criativos, poderiam preencher essa lacuna e trazer de volta a novidade que está faltando. Ele ainda acrescentou que se a indústria continuar a focar apenas em grandes sucessos, o futuro dos games pode estar comprometido.
Outro ponto levantado por Layden é a questão da monetização. Ele criticou a abordagem de estúdios que priorizam modelos de receita em vez de ideias criativas. Para ele, se a primeira coisa que um estúdio faz ao apresentar um jogo é falar sobre monetização, ele está fora. “Sua primeira página tem que ser: ‘Este jogo precisa ser feito e aqui está o porquê”, afirmou Layden. Ou seja, a paixão e a criatividade precisam voltar a ser o foco.
E o que isso significa para o futuro dos games? Layden acredita que, apesar dos avanços tecnológicos e o hype em torno de novas ferramentas como a IA, nada disso será a salvação para a indústria. Ele vê a IA como uma ferramenta útil, mas não como algo que vai revolucionar os games. “A inteligência artificial está nos jogos desde os primeiros dias”, comentou, lembrando que, no final das contas, o que realmente importa são as ideias por trás dos jogos, e não as ferramentas usadas para criá-los.
Espaço para inovação
O discurso de Layden reflete bem o que estamos vendo na indústria. Jogos como Hi-Fi Rush, que arriscaram ao trazer um conceito diferente, mostram que ainda há espaço para a inovação. No entanto, mesmo esse estúdio foi fechado, o que reforça a preocupação de Layden com o futuro da criatividade nos games.
É isso, pessoal. Parece que a indústria está em um momento de reflexão. A criatividade sempre foi o que nos fez amar os jogos, e o medo é que, com o tempo, isso se perca. Agora fica a pergunta: será que estamos fadados a viver em um mundo de sequências e cópias, ou ainda há esperança para novas ideias brilharem? Deixem seus comentários aí embaixo e vamos trocar uma ideia sobre o futuro dos games. Até a próxima!
Robson Moretão
Um maluco por games desde sempre – há mais de 30 anos! Sou fissurado em histórias incríveis, desafios “impossíveis” e gráficos realistas. Aqui, na minha coluna, vou falar sobre o avanço desta indústria fantástica e seus desdobramentos. Ah, e se quiser ficar por dentro das últimas novidades dos games e e-sports diariamente, cola comigo nas minhas redes sociais: Twitter, Tiktok, e Instagram
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