Por Flávio Caetano de Paula Maimone
Em um mundo cada vez mais conectado e digital, a coleta e o uso de dados pessoais se tornaram rotina. Empresas e governos coletam informações sobre nossas compras, navegação na internet, localização e até mesmo nossas emoções. A inteligência artificial (IA) amplifica essa capacidade de coleta e análise de dados, criando um cenário que alguns comparam ao Big Brother, o personagem que observava e controlava os cidadãos no livro “1984”, de George Orwell.
A Era do Big Data:
O termo “Big Data” se refere à enorme quantidade de dados coletados e armazenados digitalmente. Essa massa de dados é utilizada para diversos fins, como a personalização de anúncios (empresas personalizam anúncios, produtos e serviços com base em dados de compra e de navegação) e a análise de dados para segurança cibernética (contribuindo com a identificação de atividades suspeitas e, assim, ajuda a proteger sistemas contra ataques cibernéticos).
A IA e a Vigilância:
A IA, com a Big Data, torna a coleta e análise de dados ainda mais poderosa e eficiente. Algoritmos complexos podem identificar padrões e fazer previsões com base em grandes conjuntos de dados. Isso permite que empresas e governos monitorem o comportamento de indivíduos e grupos com um nível de detalhamento nunca antes visto.
Perigos da Vigilância:
A crescente vigilância no mercado de consumo levanta preocupações sobre:
- Privacidade: o acesso irrestrito a dados pessoais pode levar à perda de privacidade e à violação de direitos individuais.
- Discriminação: algoritmos de IA podem perpetuar ou amplificar vieses existentes na sociedade, discriminando grupos específicos de pessoas, como as afrodescendentes.
- Controle e manipulação: o uso de dados para influenciar o comportamento do consumidor pode levar à manipulação e à perda de autonomia individual.
É importante lembrar que a IA é uma ferramenta poderosa que pode ser usada para o bem ou para o mal. Ademais, é fundamental que haja mecanismos de controle e regulamentação para garantir que a IA seja utilizada de forma ética e responsável. Afinal, todos nós temos o direito de controlar nossos próprios dados pessoais e de saber como eles estão sendo utilizados.
Para saber mais:
Lembre-se: é preciso mudar o comportamento de deixar as portas abertas, mudar a cultura de clicar em “ok” para todo e qualquer app que se pretende baixar. A mudança de comportamento permitirá ao consumidor que saiba qual porta deixar aberta, para quem abrir e quando abrir e fechar.
Bora cuidarmos de nossa privacidade!
Compartilhe este texto com seus amigos e familiares para aumentar a conscientização sobre os perigos da vigilância no mercado de consumo!
Flávio Henrique Caetano de Paula Maimone
Advogado especialista em Direito do Consumidor, sócio do Escritório de advocacia e consultoria Caetano de Paula & Spigai | Sócio fundador da @varbusinessbeyond consultoria e mentoria em LGPD. Doutorando e Mestre em Direito Negocial com ênfase em Responsabilidade Civil na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Diretor do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (BRASILCON). Associado Titular do IBERC (Instituto Brasileiro de Estudos de Responsabilidade Civil). Professor convidado de Pós Graduação em Direito Empresarial da UEL. Autor do livro “Responsabilidade civil na LGPD: efetividade na proteção de dados pessoais”. Colunista do Jornal O Londrinense. Instagram: @flaviohcpaula
Foto: Freepik
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