Por Fábio Luporini
As eleições brasileiras no Brasil, em 2022, mostraram que é urgente e imprescindível que a gente valorize a educação como um todo e, particularmente, incentive a educação política e sociológica. Não apenas no ensino médio e superior, mas, sobretudo, desde o ensino fundamental, desde os primeiros anos escolares. Só assim nós conseguiremos educar. Ou seja, formar cidadãos munidos de um pensamento crítico capaz de discutir a realidade brasileira para além de rótulos e de superficialidades.
Já disse aqui, em outras palavras, e repito: é triste um país da envergadura do Brasil ter de escolher entre duas péssimas opções para o cargo mais importante do país. Não só triste como preocupante. De um lado, um ex-presidente eleito novamente envolvido em tantos escândalos de corrupção. De outro, um presidente que não trabalha envolvido em tantos escândalos de corrupção e milícia. Que país é esse? Que país queremos? E, passadas as eleições, a despeito dos protestos golpistas e da insatisfação de uma parcela grande da população, mergulharemos no chamado pão e circo.
Sim! A política “panem et circenses” era desenvolvida pelos líderes romanos na época do império, a fim de distrair a população das decisões mais importantes ou de angariar apoio público para a política. Mesmo que tudo isso fosse ruim ou prejudicial, que privilegiasse poucos e mantivesse a ordem estabelecida, inclusive do domínio de uns sobre os outros. Essa distração mantinha afastado o povo das decisões e discussões políticas. Exatamente o papel que, hoje, fazem eventos como a Copa do Mundo.
Eu não estou criticando a Copa do Mundo. É um evento esportivo, serve ao entretenimento, de certa forma engaja as pessoas e faz bem ao ego do povo. Entretanto, nós não podemos apenas desenvolver nossa “consciência” política num período de campanha ou em favor de um ou outro candidato. As discussões sobre o futuro do país precisam ser levadas a sério o tempo todo, em qualquer época. Inclusive durante a Copa. Afinal, o Brasil só vai fazer golaços quando, de fato, comemorarmos a erradicação da fome, da pobreza e de tantos outros problemas sociais.

Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.