Por Telma Elorza
“Uma ex-namorada fez beijo grego em mim e eu adorei. Agora, sou viciado nisso. Minha atual namorada (acho que é a mulher da minha vida) agora quer que eu experimente inversão. Estou tentado a experimentar, mas ainda tenho medo de duas coisas: de doer ou de gostar demais e virar gay. O que faço?”
Ah, meu querido. Não se preocupe com essa história de virar gay. Ninguém vira gay, o gay nasce pronto. Nunca viu uma criança viada? Se você sente tesão por mulheres, se relaciona com mulheres e nunca teve atração por um pau, não se preocupe. Você não corre o menor risco de virar gay. No máximo, o que pode acontecer é vencer preconceitos e se abrir para novas experiências. Acredite, é libertador não ficar se preocupando em se manter em rótulos e aproveitar todas as coisas boas da vida.
O que faz você relutar em experimentar a inversão é ainda um grande preconceito que os homens têm de que a região do koo deve ficar intocada na hora do sexo hetero. Vamos conversar sobre isso, mas antes quero dar os parabéns por ter topado o beijo grego e gostado. É uma das práticas mais deliciosas para os homens (e mulheres), que dá muito tesão. Quem não sabe o que é, já escrevi sobre isto aqui. Como digo nesta coluna, a área é extremamente sensível, com muitas terminações nervosas e, portanto, um dedinho ou uma língua ali pode ser muito bom, como você mesmo pode atestar. Depois que venceu a primeira barreira, a do preconceito, agora é só alegria.
Inversão: possibilidades de prazer
E a inversão é apenas mais uma possibilidade de prazer. Eu falei sobre isso algumas vezes, na coluna, mas vou deixar apenas este link para que você saiba que não é o único nesta seara. Muitos homens heteros gostam de inversão e muitos gostariam de experimentar, mas resistem por causa do machismo. Enfim. Não sabem o que está perdendo.
Tive alguns namorados para os quais apresentei os dois, beijo grego e inversão. Um deles só permitiu o beijo grego, mas os outros toparam a inversão e adoraram. Mas, é claro que não é algo simples de fazer, principalmente na primeira vez. Se as mulheres sofrem quando o cara não sabe comer um koo, imagina um homem ainda ressabiado em experimentar que pega uma mulher inexperiente na inversão?
Não parece o caso da sua namorada, mas é sempre bom lembrar de algumas técnicas para fazer sexo anal sem dor. Eu já falei sobre isso aqui também (acho que já falei sobre quase todos os fetiches que existem kkk). Mas é sempre bom repetir pra ver ser entra na cabeça de vocês que não deve haver limites, pudores e preconceitos quando se trata de amor e sexo. Todas as práticas (com exceção de pedofilia, zoofilia, necrofilia, estupro e mostrar o pau na rua para passantes, que são crimes) são permitidas DESDE QUE SEJAM CONSENSUAIS. Ou seja, se ambos concordarem e se beneficiarem das práticas, vale tudo na busca do prazer.
Só uma ressalva: o concordar deve ser porque a pessoa quer realmente fazer, não fazer apenas para agradar o(a) parceiro(a). Essa ressalva é importante, principalmente para as mulheres que fazem tudo para satisfazer seus namorados/maridos/companheiros, mesmo não gostando.
Dicas para uma inversão sem dor
Veja se sua namorada conhece estas dicas, para que a sua experiência seja memorável. Se não segui-las, já aviso que a experiência não vai ser boa.
- Etapas – Recomendo que introdução à inversão seja feita por etapas. O ideal seria em várias sessões de sexo, para o corpo e a mente irem se acostumando sem sustos. Mas pode ser feita em uma única boa transa.
- Higienização do local – O primeiro passo é esvaziar o intestino. Se não conseguir antes, o melhor é “fazer a chuca”, uma lavagem intestinal, é necessário para não “passar o cheque” na hora H. Depois, disso é lavar bem a área externa, com água e sabão.
- Lubrificação – essa é a parte mais importante na hora. Não adianta pensar (como a maioria dos homens) que basta cuspir ali que para a coisa ficar fácil. Não fica. O cuspe só molha e não lubrifica. E como o koo é um local sem lubrificação natural, é importante ter um gel à base de água para ser usado com GENEROSIDADE. Besuntar mesmo, por fora e por dentro. Nada de usar óleo de bebê, óleo de coco nem azeite de oliva.
- Paciência – o segredo é não ter pressa. A primeira reação da pessoa ao sentir um objeto no koo é se contrair. E isso, clara, atrapalha tudo. O negócio é ter uma boa sessão de carinhos e beijinhos antes de partir para introdução. Como eu sempre digo, comer um koo é uma arte. Quando estiver relaxado, aí ela pode começar a enfiar o dedo (com muito gel lubrificante para besuntar por dentro e, de preferência, com unhas curtas) e deixá-lo ali por um tempinho, ao mesmo tempo que continua acariciá-lo e lambê-lo.
- Brinquedinhos – Escolha brinquedinhos adequados em tamanhos diferentes. Nada de por objetos que não foram desenvolvidos especificamente para o sexo no local. O risco de ir parar no hospital é muito grande. Para o início da prática da inversão, recomendo um consolo macio, de tamanho pequeno (um pouco maior que um dedo) e, conforme o tempo vai passando, aumente o tamanho do paus de borracha.
- Introdução gradual – A introdução deve ser gradual, devagar, centímetro por centímetro, sem pressa: introduz um pouquinho, para, espera, introduz mais um pouquinho, para, espera e assim sucessivamente até entrar quase tudo. Quando estiver nessa fase, com o pau quase todo dentro, pode começar os movimentos de vai e vem, mas de forma suave.
- Deixe a cintaralha por último – O melhor é que, na primeira vez, a inversão aconteça com um pau avulso. A cintaralha é ótima tanto para o homem quanto para a mulher (a posição que fica estimula o clitóris e, portanto, os dois podem gozar), mas é preciso ter uma certa prática e o koo já estar mais acostumado a receber algo ali.
- Camisinha – mesmo sendo um consolo, é ideal que sempre use camisinha para isso. Protege melhor e evita uma má higienização do brinquedo depois.
Enfim, depois dessas dicas, posso garantir que a dor será mínima. Mas sempre é bom lembrar: quanto mais relaxado e a fim de fazer isso você estiver, mais vai curtir.
Aproveite essa mulher maravilhosa que você tem ao seu lado.
Espero ter ajudado.
Tem dúvidas sobre sexo? Mande sua pergunta para telma@olondrinense.com.br
Quem é Tia Telma?
Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.
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