Por Telma Elorza
“Eu desenvolvi uma alergia à depilação íntima e, portanto, agora só posso aparar meus pelos. Estava sem namorado e nem me liguei que estava ‘cabeluda’ até que conheci um rapaz. Saí com ele algumas vezes, estava tudo bem até irmos pra cama. Ele simplesmente se recusou a fazer sexo porque eu não estava depilada. O que acha disso? Será que terei que viver com alergia para poder ter sexo?”
Amiga, deixa eu contar um segredinho: você se livrou de um cara que simplesmente não gosta de mulher. Homem que é homem não liga se a pepeca está depilada ou não. Homem que gosta de pepeca gosta de qualquer jeito. Seja ela gorda, magra, escura ou rosada, com pelos ou sem pelos. Simples assim.
“Ah, tia Telma, você está exagerando”.
Sim, posso estar exagerando, porque é uma questão de preferência pessoal de cada um. No entanto, não é algo que deva ser imposto ou julgado. É aí que surge o problema: quando essas preferências viram uma exigência ou pressão para que a mulher se adapte a um padrão, ignorando suas próprias vontades e conforto.
O corpo de uma pessoa é algo muito pessoal, e ninguém deveria sentir que precisa se encaixar nas expectativas de outra pessoa para ser aceito ou amado. Se uma mulher se sente bem não se depilando, isso deve ser respeitado. Relações saudáveis são baseadas em respeito e aceitação mútua, não em ditar regras sobre o corpo alheio.
E um homem de verdade vai respeitar isso. Afinal, no final das contas, cada pessoa deve ter a liberdade de escolher como quer cuidar do próprio corpo, sem pressões externas. O importante é estar confortável e confiante consigo mesma. E se você tem alergias, isso é ainda mais importante porque é uma questão de saúde. Você não pode simplesmente ignorar o recado que seu corpo dá, para não agravar a situação, por alguém que simplesmente não respeita isso e “exige” um padrão estético que, no fundo, é mais uma convenção social: a de que as mulheres não podem ter pelos.
A depilação feminina moderna, como a conhecemos hoje, ganhou força no início do século XX, quando vestidos e roupas passaram a expor mais o corpo, especialmente as pernas e axilas. A Gillette lançou em 1915 o “Milady Décolleté”, o primeiro aparelho de barbear específico para mulheres, e revistas de moda começaram a associar a remoção de pelos à feminilidade e elegância. Nos anos 1940, com a popularização dos biquínis, a depilação da virilha começou a ganhar destaque.
Hoje, isso está tão arraigado na cultura ocidental que uma mulher que opte por não se depilar e manter tudo natural é vista como “desleixada” e pouco feminina até acabam ligando à homossexualidade. Coisa nada a ver.
A pepeca é sua
De qualquer forma, seja por alergia ou por opção, as mulheres precisam lembrar de uma coisa: a pepeca é sua e, portanto, deve seguir suas regras. Depiladas totalmente ou com pelos aparados ou uma “mata fechada”, os caras devem respeitar. Não respeitou, tchau. Uma hora você acha alguém aque vai adorar sua pepeca peludinha. Aliás, um fetiche bem comum, como já mostrei aqui.
Espero ter ajudado.
Tem dúvidas sobre sexo? Mande um e-mail para telma@olondrinense.com.br
Quem é Tia Telma?
Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.
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1 comentário
Como nós homens brincamos
A mulher só não pode feder
Muito
Rs