Meu namorado não me faz gozar. Qual o meu problema?

TIATELMA (2)

Por Telma Elorza

“Sou uma mulher bonita, bem resolvida, mas nunca consigo gozar com algum parceiro, só com masturbação. Já tive vários namorados, de todos os tipos – dos carinhosos aos mais brutos -, mas a realidade é uma só: não consigo gozar na relação sexual. Nem com sexo oral. Já fui chamada de frígida por um deles. Será que sou mesmo? Qual o meu problema? Pode me ajudar?”

Bom, vamos por partes. A leitora diz não gozar nas relações sexuais, mas com masturbação sim. Isso, por si só, já descarta a frigidez, que é um tipo de disfunção sexual na qual a mulher tem dificuldade para ficar sexualmente excitada e naturalmente lubrificada por sentir pouca ou nenhuma sensação de desejo ao ser sexualmente estimulada. Se, com a masturbação consegue ficar excitada e gozar, não há nada que indique a frigidez.

O que pode estar acontecendo com a leitora é uma espécie de bloqueio psicológico. Depois de algumas experiências sexuais ruins – as primeiras, por exemplo, que geralmente são bem insatisfatórias porque a mulher não conhece seu próprio corpo nem o do namorado, por inexperiência -, ela pode ter “colocado na cabeça” que não consegue gozar com o parceiro. Aliados a toda insegurança que nós, mulheres, temos em novos relacionamentos, essa “ideia” errônea pode ter virado um pensamento obsessivo, uma recorrência mental em torno de uma imagem, de uma pessoa ou de uma dúvida. A leitora vai para a relação já com a certeza que não vai gozar e, portanto, não se permite relaxar e aproveitar.

E qualquer um pode estar sujeito a eles, mesmo as pessoas ditas “normais”. Minha irmã, que é terapeuta ocupacional, costuma dizer que é muito fácil desenvolver um pensamento obsessivo, basta por algo na cabeça e voltar a ele constantemente. Por exemplo: você imagina que o elevador do seu prédio não gosta de você. Qualquer coisinha que aconteça no elevador, mesmo que seja uma coisa boba, como ficar parado costumeiramente no 2o. andar quando você mora no 14o., vai “confirmar” o pensamento obsessivo.

Os especialistas dizem que, quando estes pensamentos persistem e se tornam repetitivos, mesmo quando o perigo não é real, estamos perante a Perturbação Obsessiva Compulsiva, que é uma doença psicológica extremamente limitadora e que, se não for tratada, tem tendência a piorar.

Por isso, aconselho a buscar ajuda especializada, com um psiquiatra ou psicólogo. E logo. Porque ninguém merece viver uma vida assim, sem o gozo e aproximação que o orgasmo causa entre os parceiros. Tenho certeza que os profissionais poderão a ajudar a leitora.

Tem dúvidas sobre sexo? Mande um e-mail para telma@olondrinense.com.br

Quem é Tia Telma?

Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.

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