Por Telma Elorza
“Tenho 32 anos, sou casado, tenho dois filhos e vivia uma vida normal. Até a pandemia. Pra não ficar louco em casa, entrei num aplicativo de namoro e comecei a conversar com mulheres desconhecidas. Mas o problema é que comecei a mandar nudes pra elas, sem consentimento, e a reação delas me excitava. Quando mais bravas elas ficavam, mais eu sentia prazer. O que me angustia é que agora estou sonhando em me exibir na rua. Sei que é crime e posso perder tudo que tenho com isso. Mas a vontade está enorme e não sei se conseguirei me segurar por muito tempo. Pode me ajudar?”
O leitor tentou buscar ajuda antes de cometer um ato que pode, sim, prejudicá-lo e à outros, embora já tenha deixado várias mulheres irritadas com nudes não solicitados (vou fazer uma coluna sobre isso, está na lista). Mas veio ao lugar errado. Aqui eu só posso aconselhar e ele precisa de ajuda profissional para para controlar seus impulsos, porque o exibicionismo é considerado uma parafilia.
As parafilias são distúrbios psíquicos que se caracterizam pela preferência ou obsessão por práticas sexuais socialmente não aceitas como a pedofilia, a zoofilia, entre outros. Ou seja, toda prática que prejudique a outra pessoa, que não deu seu consentimento é uma parafilia e precisa ser tratada. Urgentemente.
Não existe tipificação criminal para o exibicionismo. Ele é considerado “ato obsceno” e previsto no artigo 233 do Código Penal. De competência do Juizado Especial Criminal, é considerado como infração de menor potencial ofensivo, tendo pena de três meses a um ano de detenção. Por isso, o Ministério Público pode propor uma transação penal, transformando a sanção pelo ato em obrigações como prestação de serviços à comunidade e tratamento, por exemplo.
De qualquer forma, aconselho a buscar ajuda com psiquiatras – que deve receitar medicação – e psicólogos o mais rápido possível, para evitar que o leitor cause traumas a crianças e acabe com seu casamento, entre outras coisas.
Tem dúvidas sobre sexo? Mande sua pergunta para o email telma@olondrinense.com.br
Quem é Telma Elorza, a Tia Telma?
Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.