Por Telma Elorza
“Quero muito experimentar uma relação homossexual onde serei passivo, porém, qual primeiro passo? Preocupo-me em ser muito direto e criar um mal estar. Tenho até alguém em mente, porém não sei como abordar”.
O leitor me mandou o e-mail falando da sua vontade de experimentar uma relação homossexual, mas não deu muitas informações, como, por exemplo, sua idade, se é solteiro ou casado ou, ainda, se tem esse desejo há muito tempo ou não. Todas essas informações me ajudariam a ser mais correta nas informações. Mas, mesmo assim, vamos tentar ajudar.
Então, vamos supor que seja um homem na faixa dos 30-40 anos, casado, que sempre se identificou como heterossexual, mas com curiosidade de experimentar uma relação homossexual como parte de uma fantasia (entende agora porque são necessárias mais informações?). Estou supondo isso porque é mais comum do que se imagina homens heteros (em qualquer faixa de idade) ter experiências homossexuais sem terem, necessariamente, tendências homossexuais ou bissexuais. São os chamados “heterosflexíveis” ou “heterocuriosos”, geralmente homens (ou mulheres) de mente aberta, que buscam experimentar todas as formas de prazer, sem questionar a própria sexualidade e se prender a padrões.
Os especialistas – principalmente psicólogos -, aliás, acreditam que é extremamente saudável a exploração do desejo que se abre quando a pessoa se liberta da identificação com uma orientação sexual. E eu também sou totalmente a favor desse tipo de pessoa, seja homem ou mulher, cys ou trans. Acho que a vida é muito curta para sermos delimitados por tabus ou preconceitos.
Então, a partir desse pressuposto, quero deixar claro que, se você nunca teve orientação homossexual, pode ser um pouco mais difícil “conquistar” alguém que esteja entre suas relações pessoais a realizar esta fantasia. Os gays parecem que nascem com um “gayzômetro” que os permitem identificar facilmente (e corretamente, na maioria das vezes, segundo a minha experiência com inúmeros amigos gays) quem joga no mesmo time e que poderia estar aberto a experiências e cantadas. Esse cara que o leitor está de olho pode ou não ser homossexual, mas quem garante como vai receber a conversa? Ele pode reagir muio muito mal.
O ideal, para o leitor, neste caso, seria melhor realizar essa fantasia com um garoto de programa. Alguém desconhecido e que saiba o que está fazendo. Já dei dicas aqui, na coluna, sobre como contratar garotos de programa com segurança.
Se, no entanto, a fantasia é especificamente com esse cara, vou tentar ajudar e dar algumas dicas de como se aproximar do objeto do seu desejo. Mas quero deixar claro que elas não são infalíveis. É apenas o que eu acho que pode dar certo.
O principal, na minha opinião, é falar com naturalidade e ter um papo aberto, sempre respeitando tanto os sentimentos da outra pessoa quanto os seus próprios. Aqui vai um passo a passo pra quem está nessa situação e gostaria de saber como agir.
1 – Não chegue convidando para uma relação homossexual
O ideal é não chegar direto “com os dois pés na porta” e sim com uma conversa leve, num papo de amigos. Tente trazer o tema de forma indireta, falando de assuntos relacionados ou até citando casos ou histórias. Exemplo: “Outro dia ouvi alguém comentando sobre explorar novas experiências e fiquei pensando…”. Algo assim pode abrir portas sem que o assunto seja abrupto.
2 – Observe a reação da pessoa
Se o cara tiver uma reação negativa de cara, desista. Então, preste bem atenção, escute e observe se a pessoa parece à vontade com o tema. Se ela estiver receptiva, você pode, aos poucos, ir conduzindo a conversa para um lado mais pessoal, explicando que você tem curiosidade e quer explorar uma nova experiência.
3- Seja transparente sobre sua intenção
Se sentir que a conversa está fluindo bem, seja direto, mas com delicadeza. Diga algo como: “Tenho pensado em me permitir uma experiência nova, mas quero que seja com alguém que me passe segurança e que respeite meu tempo. Alguém como você, por exemplo”. Deixar claro que você confia na pessoa e que quer que ela também esteja confortável faz muita diferença.
4. Escute e respeite o que vier da outra pessoa
Mesmo que você sinta que a pessoa também esteja interessada, ela pode ter suas próprias inseguranças e sentimentos. Afinal, se o cara não for gay assumido, ele deve ficar extremamente inseguro com uma proposta assim. Escute a resposta dela e, juntos, vão ajustando o ritmo. Pode ser que ele não tope à primeira investida. Mas se der espaço, com algo tipo “tenho que pensar nisso”, respeite e não continue o assunto. Volte em outra oportunidade, dias depois, converse mais, explique também está inseguro, mas que o desejo é maior, essas coisas. Lembre-se que essa é uma experiência que tem ser legal pros dois.
O importante é criar um ambiente de confiança mútua e respeito. Experiências novas podem ser incríveis, e tudo fica mais leve quando os dois estão alinhados e confortáveis.
Boa sorte, e vá com calma e segurança!
Espero ter ajudado
Tem dúvidas sobre sexo? Mande um e-mail para telma@olondrinense.com.br


Quem é Tia Telma?
Jornalista, divorciada, xereta por natureza e que sempre se interessou muito por sexo. Com a vida, aprendeu várias coisas, mas a principal é que sexo é uma coisa natural e deve ser sempre prazeroso.
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