Por professor Renato Munhoz
A tarde caiu preguiçosa, enquanto o vento matinal acariciava as folhas das árvores que ladeavam as ruas do bairro. De longe, podia-se ouvir o som de crianças brincando e o burburinho de conversas na praça. Entre um gole de café e o olhar distraído pela janela, uma pergunta ecoava na mente: qual o papel de cada um na construção de um futuro mais sustentável? E mais importante, como a política pode influenciar nessa trajetória?
Sustentabilidade é uma palavra daquelas que, de tanto ser repetida, corre o risco de se esvaziar. Mas seu verdadeiro sentido está longe de ser apenas um modismo. É sobre o modo como vivemos e como escolhemos cuidar do espaço ao nosso redor. É sobre o bairro onde moramos, a cidade que ajudamos a moldar e o país que reforçamos deixar para as próximas gerações. Em um mundo em constante transformação, parece claro que cada decisão, cada gesto, conta. No entanto, a sustentabilidade também exige uma visão maior, que extrapola a ação individual e adentra o território das políticas públicas.
A política, muitas vezes, pode parecer um mundo distante, um universo de promessas que nem sempre sai do papel. Porém, ela é, na essência, o instrumento capaz de promover mudanças significativas. Imagine um bairro onde cada casa tenha um sistema de captação de água da chuva, onde as calçadas sejam arborizadas e a coleta seletiva seja uma realidade acessível a todos. Agora pense além: uma cidade que investe em transporte público eficiente, em energia limpa e incentiva o uso de bicicletas e espaços verdes. Tudo isso só é possível quando há políticas públicas bem elaboradas e, principalmente, quando elegemos que realmente compreendem a importância dessas ações.
O que leva um projeto ambiental a ser aprovado e, mais ainda, executado? A resposta é a escolha de líderes que não tenham apenas um discurso alinhado à sustentabilidade, mas também o conhecimento necessário para construir soluções viáveis. Um candidato que compreende as complexidades do meio ambiente, que sabe o valor da preservação dos nossos recursos naturais e que tem um compromisso real com a implementação de políticas públicas, pode transformar uma cidade.
Responsabilidade de cada um
No entanto, é preciso lembrar que a sustentabilidade não começa em grandes gestos. Ela floresce no cotidiano. Nas escolhas que fazemos ao comprar um produto local, para evitar o desperdício de água, ao plantar uma árvore no quintal. O bairro é o primeiro espaço de atuação. É nele que vemos a mudança acontecer de forma mais imediata, palpável. E é a partir dessas pequenas transformações que o movimento se expande para a cidade, o estado, até alcançar o país.
Por isso, ao olharmos para o cenário político, devemos perguntar: estamos escolhendo candidatos que têm um olhar sensível ao meio ambiente? Que entendem que o futuro de uma cidade sustentável não pode ser construído sem planejamento, sem inovação, sem uma política que pense no bem-estar das gerações futuras? Mais do que nunca, precisamos de líderes que saibam que o desenvolvimento e o meio ambiente não são inimigos. Pelo contrário, são aliados.
Neste domingo, ao decidir o futuro da nossa cidade, que tal refletir: o que queremos para o nosso bairro, para a nossa rua, para a praça onde as crianças brincam? A sustentabilidade começa em casa, mas só atinge seu verdadeiro potencial quando reforçada por políticas sólidas e comprometidas. E isso, só quem tem a caneta nas mãos para escrever o futuro pode garantir. E nós, como participantes, temos o papel de escolher quem serão esses autores.
Foto montagem: Renato Munhoz
Professor Renato Munhoz

Educador, historiador, teólogo. Pós graduado em juventude gestão de programas e projetos sociais e educação ambiental.
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Foto capa: Free pik
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