Skip to content

Crônicas sustentáveis: o caminho do reciclável, uma jornada de transformação

Por professor Renato Munhoz

Em uma manhã de terça-feira, dia da coleta seletiva, no meu bairro, separo tudo, desço pela rua com um saco azul nas mãos. Dentro dele, embalagens plásticas, latas de alumínio, papéis, garrafas de vidro, tiudo reciclável, aguardavam ansiosamente seu destino. Para muitos, esses itens não passavam de lixo, mas, para mim, cada pedaço de material reciclável carrega um propósito maior.

Eu sei que, ao separar corretamente esses materiais, estou contribuindo para algo muito maior do que apenas esvaziar seu saco de lixo. Estou ajudando a salvar o planeta.

O caminhão da coleta seletiva percorre a cidade todos os dias. Os coletores, com suas mãos ágeis, pegam os sacos cuidadosamente separados e os colocam na parte traseira. Eles sabem que, para além do peso do lixo, carregam a responsabilidade de um mundo mais sustentável.

A jornada do reciclável

O caminho do reciclável é uma verdadeira jornada de transformação: para o planeta, para o ser humano. Separar alumínio, plásticos e vidros pode parecer simples, mas faz a diferença.
Foto: arquivo Cocap Facebook @ecococap

E então começa a jornada dos recicláveis. Do caminhão, eles seguem para o barracão da cooperativa, onde a verdadeira mágica acontece. Lá, homens e mulheres dedicam suas horas de trabalho a separar o que ainda pode ser reaproveitado. Cada pedaço de plástico que passa por suas mãos é mais uma chance de diminuir o impacto ambiental, de evitar que toneladas de lixo acabem nos rios, nos mares e nos aterros.

No barracão, o ritmo é intenso. O vidro vai para um lado, o papel para outro, e o metal segue em sua trilha para a reciclagem. Thaís, cooperada da COCAP (uma das centenas cooperativas de reciclagem), enquanto separa uma pilha de papéis, pensa na sua filha. Ela quer que a menina cresça em um mundo onde os rios são limpos, onde as ruas não tenham lixo,e onde as pessoas entendem o valor de cada pequena ação. Sabe também que aí está seu ganha pão.

E não é só o planeta que se beneficia dessa corrente de boas práticas. A cooperativa é uma fonte de renda para muitas famílias da região. O que alguns consideram lixo, para outros é sustento, dignidade e esperança. É um ciclo de transformação, em que o respeito pela natureza se encontra com a necessidade humana de sobreviver.

Consciência humano-sustentável

Não basta mais sermos humanos, é preciso uma consciência humano-sustentável que nos ensina que, ao fazer a nossa parte e separar corretamente o reciclável, estamos ajudando a mudar o destino dos resíduos e das pessoas. Entender que cada garrafa de plástico reciclada, cada lata de alumínio que volta para o ciclo produtivo, é um pedaço de futuro preservado. Um novo mundo já iniciado.

E assim, o caminho do reciclável — da lixeira de casa ao barracão da cooperativa — mostra que salvar o planeta é um ato coletivo. É o esforço de cada pessoa, em cada lar, em cada bairro. E, no fim, todos ganham: o meio ambiente, os trabalhadores da cooperativa e, claro, as futuras gerações que herdarão o mundo que ajudamos a construir.

Porque, no fundo, o que está em jogo é mais do que apenas separar o lixo. É separar o que queremos ser: uma sociedade que cuida do planeta e das pessoas, uma ação de cada vez.

Professor Renato Munhoz

Educador, historiador, teólogo. Pós graduado em juventude gestão de programas e projetos sociais e educação ambiental. Me siga no Instagram: @profrenatomunhoz

Leia mais colunas sobre Sustentabilidade

(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Designed using Magazine Hoot. Powered by WordPress.