Como conectar o direito à alimentação a um planeta sustentável

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Por professor Renato Munhoz

Neste mês de outubro, comemoramos o Dia Mundial da Alimentação, no último dia 16. Uma data que não pode ser dissociada de um dos grandes desafios do nosso tempo: a sustentabilidade. Pensar em um planeta sustentável implica necessariamente garantir o acesso universal ao direito essencial à alimentação. Afinal, como podemos falar em futuro sustentável se ainda convivemos com a fome e a insegurança alimentar em larga escala?

“De acordo com o Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024), divulgado em julho de 2024, a insegurança alimentar severa no Brasil caiu 85% em 2023. Em números absolutos, 14,7 milhões de pessoas deixaram de passar fome no país”. (Agência gov)

“No entanto, o Brasil ainda está no Mapa da Fome, com 8,4 milhões de pessoas subnutridas, o que representa 3,9% da população. Para sair do Mapa da Fome, o percentual de pessoas subnutridas precisa ser menor do que 2,5% da população”. (Agência gov)

O caminho para um planeta sustentável passa obrigatoriamente pela garantia do direito à alimentação. Sem segurança alimentar, não há como assegurar um futuro viável para todos.
Fotos: Pexels

A sustentabilidade vai além da preservação do meio ambiente; ela também envolve justiça social, economia equilibrada e bem-estar humano. A produção de alimentos está diretamente ligada à forma como tratamos o solo, a água e os ecossistemas. Modelos de produção que degradam o meio ambiente e exaurem os recursos naturais põem em risco não só a biodiversidade, mas também a segurança alimentar de milhões de pessoas. Assim, promover o direito à alimentação é uma das bases para construir um planeta sustentável.

Para avançarmos em ações e políticas públicas que integrem a segurança alimentar à sustentabilidade, três passos são cruciais:

1. Incentivo à Agricultura Sustentável e Familiar

Apoiar práticas de agricultura sustentável e fortalecer a agricultura familiar é uma das formas mais eficazes de garantir alimentos de qualidade e com baixo impacto ambiental. Modelos de agroecologia, por exemplo, respeitam os ciclos da natureza, reduzem o uso de insumos químicos e preservam a biodiversidade. Políticas públicas que incentivem a produção local e o acesso a mercados para pequenos produtores são fundamentais para a soberania alimentar e para o equilíbrio ambiental.

2. Redução do desperdício de alimentos

Segundo a FAO, cerca de um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado. Esse desperdício não só significa a perda de recursos como água e solo, mas também contribui diretamente para a fome e a insegurança alimentar. Para reverter esse quadro, é necessário fomentar campanhas de conscientização, implementar tecnologias para melhorar a cadeia de distribuição e apoiar iniciativas de redistribuição de excedentes alimentares para populações vulneráveis.

3. Políticas de Educação Alimentar e Nutricional

Educação alimentar não se resume apenas a ensinar o que comer, mas também a entender de onde vem o alimento e como ele é produzido. Políticas públicas voltadas para a educação alimentar devem incentivar o consumo consciente, destacando a importância de uma dieta saudável, com menos alimentos ultraprocessados, e mais produtos naturais, de origem local. Isso beneficia não só a saúde da população, mas também fortalece cadeias produtivas sustentáveis.

Direito à alimentação

O caminho para um planeta sustentável passa obrigatoriamente pela garantia do direito à alimentação. Sem segurança alimentar, não há como assegurar um futuro viável para todos. Ações concretas que promovam a agricultura sustentável, combatam o desperdício e eduquem a população sobre alimentação são essenciais para essa jornada.

Professor Renato Munhoz

Educador, historiador, teólogo. Pós graduado em juventude gestão de programas e projetos sociais e educação ambiental.

Me siga no Instagram: @profrenatomunhoz

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(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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