Por professor Renato Munhoz
Design Thinking (literalmente: “pensar como um projetista”) é muito mais que um método que foi desenvolvido como forma de abordagem crítica e criativa. Utilizado hoje em muitas empresas e organizações do mundo todo, tem sido um instrumento poderoso na transformação de culturas empresariais e educacionais.
O Design Thinking combina quatro valores fundamentais para implementação de qualquer projeto: empatia/imersão, criatividade/ideação, prototipagem/interação e desenvolvimento.
Pensando na sustentabilidade, o Design Thinking pode se tornar um instrumento com capacidades profundas de atuar sobre problemas ambientais ou relacionados à questão em suas diversas áreas de atuação.
Ao analisarmos qualquer problema ambiental, a primeira ferramenta é a ferramenta da empatia. Um dos instrumentos que o Design Thinking trabalha é conhecido como mapa de empatia, ou seja, diante do problema ambiental nós nos colocamos empaticamente, sentimos o problema, pensamos de como o problema afeta as nossas vidas.
Desse modo, a empatia nos leva a pensarmos soluções, estratégias e na criação de ferramentas que possam ajudar na superação do problema.
Aí entra a segunda ferramenta que é a criatividade. Muitos projetos sustentáveis nascem exatamente nesse momento. Na ideia da superação de um problema que afeta a vida de uma pessoa, de uma comunidade, de uma empresa ou de uma cidade. Do pensamento sobre as possíveis soluções começam a nascer os bons projetos.
Depois da criatividade, passa-se à elaboração de projetos que possam ajudar. Começa a se desenvolver protótipos que é o Design Thinking aponta no sentido de testar, conhecer outras experiências que de algum modo conseguiram enfrentar de frente determinados problemas ambientais ou relacionados à sustentabilidade. Após esse momento de testagem de prototipagem, é preciso garantir a interação do sujeitos que estão impactados.
Aliás, desde o início da abordagem os sujeitos devem estar participando do processo, num grande processo de envolvimento de diversos atores. Pois, quanto mais pessoas envolvidas na solução do problema, maior será a diversidade de soluções apresentadas e nessa diversidade de soluções é onde se encontra o tesouro escondido. São muitos os projetos relacionados a sustentabilidade que, de maneira consciente ou subjetiva, acabam utilizando a ferramenta do Design Thinking para a criação de projetos sustentáveis.
Eco barreiras – produto do Design Thinking
Um dos projetos mais interessantes que estão ligados a esta ideia são os projetos desenvolvidos de Eco Barreiras que vem sendo replicado o Brasil e mundo afora, com a chamadas barreiras nos rios, evitando que o lixo – sobretudo o reciclável – alcance o mar.
Outro projeto interessante: pensou-se uma solução para retirada dos resíduos das areias das praias, através da chamada eco peneira. Esta solução é aparentemente simples, mas eficaz. Eis aí um dos princípios do Design Thinking que é a simplicidade nos projetos, ou seja, exequíveis alcançáveis e até mesmo replicáveis pelas comunidades, pelas pessoas impactadas.
É importante perceber que as soluções sustentáveis não passam apenas pelas grandes conferências ou pelos grandes acordos mundiais. Passam também pelas soluções imaginadas, desenhadas e planejadas no nosso cotidiano. Para isso ser eficaz, é preciso preparar as comunidades para o desenvolvimento de projetos baseados na metodologia de Design Thinking de sustentabilidade. Com isso, podem ajudar a perceber que, muitas vezes, a sustentabilidade ou a educação ambiental está muito mais ao nosso alcance do que imaginamos.
Professor Renato Munhoz
Educador, historiador, teólogo. Pós graduado em juventude gestão de programas e projetos sociais e educação ambiental. Me siga no Instagram: @profrenatomunhoz
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Foto principal: Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro/INEA
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