Por professor Renato Munhoz
Em ano eleitoral, a sustentabilidade e a preservação ambiental enfrentam desafios significativos para serem incorporadas de forma efetiva nos planos de governo. As eleições municipais que se aproximam representam uma oportunidade crucial para que os candidatos demonstrem seu compromisso com as questões ambientais, alinhando suas propostas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e às políticas públicas vigentes.
A importância dos ODS nas eleições municipais
Os 17 ODS estabelecem uma agenda global para a sustentabilidade, abordando desde a erradicação da pobreza até a ação contra a mudança global do clima. Em um cenário local, as cidades desempenham um papel vital na implementação dessas metas, tornando-se fundamental que os planos de governo considerem essa agenda como prioritária.
Os desafios enfrentados pelos municípios são diversos e complexos. Desde a gestão de resíduos sólidos, passando pela mobilidade urbana sustentável, até a proteção de áreas verdes e a promoção da energia renovável, cada aspecto exige políticas bem elaboradas e um comprometimento real dos gestores públicos.
Obstáculos e desafios
Em períodos eleitorais, a agenda ambiental muitas vezes é relegada a segundo plano em prol de questões consideradas mais urgentes pelos candidatos e eleitores. A pressão por soluções imediatas para problemas como segurança, saúde e educação pode obscurecer a importância de políticas ambientais de longo prazo. No entanto, ignorar essas questões pode resultar em consequências desastrosas no futuro próximo, como a intensificação das mudanças climáticas e a degradação irreversível dos ecossistemas locais.
Outro obstáculo significativo é a falta de conhecimento e sensibilização da população e dos próprios candidatos sobre a importância das questões ambientais. Muitas vezes, a sustentabilidade é vista como uma pauta longínqua ou secundária, quando na verdade está intrinsecamente ligada à qualidade de vida de todos os cidadãos.
O papel das políticas públicas
Para que a sustentabilidade seja efetivamente incorporada nos planos de governo, é essencial que as políticas públicas sejam desenhadas de forma integrada e transversal. Isso significa que as ações voltadas para a sustentabilidade devem perpassar todas as áreas da administração pública, desde a educação ambiental nas escolas até a promoção de práticas sustentáveis na agricultura e na indústria.
Além disso, é crucial que haja uma continuidade nas políticas públicas, independentemente das mudanças de governo. A implementação de projetos de longo prazo, como a requalificação de áreas degradadas e a expansão de ciclovias, requer um compromisso que ultrapasse os ciclos eleitorais e se baseie em uma visão de futuro compartilhada por toda a sociedade.
Sendo ano eleitoral…
As eleições municipais de 2024 são uma oportunidade única para que os candidatos demonstrem um compromisso sério com a sustentabilidade e a preservação ambiental. Incorporar os 17 ODS nos planos de governo não é apenas uma obrigação moral, mas também uma necessidade prática para garantir um futuro próspero e saudável para as próximas gerações. É essencial que a sociedade cobre dos seus representantes uma postura responsável e proativa em relação às questões ambientais, assegurando que a pauta da sustentabilidade seja uma prioridade real e constante nos debates e nas ações políticas.
A importância de que cada candidato compreenda a urgência dessas questões e as coloque no centro de suas propostas. Somente assim poderemos construir cidades mais sustentáveis, resilientes e justas para todos.
Foto: Image by freepik

Professor Renato Munhoz
Educador, historiador, teólogo. Pós graduado em juventude gestão de programas e projetos sociais e educação ambiental. Me siga no Instagram: @profrenatomunhoz
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