DJ lança álbum em cartucho de Mega Drive

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Artista já tinha trabalhado com outro formato “alternativo” para divulgar trabalho

Deve ter sido muito inovador quando Thomas Edison colocou em prática a ideia de um aparelho que gravasse e reproduzisse áudio em um meio físico. Isso foi lá pelos anos 1877, e a invenção dele foi uma verdadeira revolução. Mas os cilindros de cera utilizados por ele eram muito frágeis e pouco práticos. Apareceu um novo concorrente, o gramofone, que usava discos de laca e como Edison tinha coisas mais importantes para inventar, como a lâmpada elétrica, o cilindro caiu em desuso.

Mesmo assim, a importância histórica permanece, já que foi o primeiro meio físico usado em massa para armazenamento de música. Na sequência dos discos veio as fitas cassete (ou k7 no Brasil), imortalizadas em filmes como Guardiões da Galáxia e ainda à venda mundo afora. Em uma viagem internacional, minha irmã comprou o álbum lançamento da Madonna – “Como Uma Plegaria” estava escrito no rótulo da fita. Se procurar bem, ainda deve estar na casa dos meus pais.

Ainda me lembro da primeira vez que ouvi música em CD. Era “Welcome To The Jungle”, do Guns n’Roses. Um primo meu trouxe do Japão disco e aparelho. Muito louco, você podia voltar para o começo da música na hora que quisesse, pular de música, ouvir a mesma faixa outra vez, um negócio que só vendo para acreditar.

Tudo isso para dizer que a moda de usar mídias físicas como suporte para músicas parecia estar em desuso. Existem sim os pendrives de modão a R$ 10 em qualquer posto de gasolina, mas uma novidade nova como a do DJ Remute não se via há tempos. O cara usou as já famosas capacidades técnicas de áudio do Mega Drive (ah, o famoso chip da Yamaha) e lançou um álbum de música eletrônica no formato de cartucho para o console!

O produto está sendo anunciado como o primeiro álbum de música techno plug & play para a plataforma da Sega. O cartucho funciona em todas as versões oficiais do Mega Drive, mas os produtores recomendam a primeira versão. Que o Megão tem o melhor áudio dos consoles de 16 bits, isso não é novo. Trabalhos como o de Yuzo Koshiro na trilha sonora de Streets of Rage (quando nem se sonhava em trilha sonora para games) são provas do poder do sintetizador de áudio do console.

Na descrição do seu trabalho, o DJ alemão Remute explicou que “numa época em que o termo ‘digitalização’ dispara medos e preocupações distópicas, eu queria disponibilizar uma trilha sonora que fosse uma visão otimista de um futuro tecnológico onde homem e máquina vivem em uníssono”. Profundo, né?

Não é a primeira vez que o DJ faz uma dessas. Em 2017 ele lançou um álbum parte em disco de vinil, parte em um disquete de 1,44 MB, o “Limited”. Disquete mesmo, daqueles que você nem deve lembrar mais que existe. Nessa entrevista, o artista explica que apesar de a capacidade do disquete não ser suficiente nem mesmo para armazenar a imagem de uma capa de disco decente, os poucos bytes conseguem guardar de 5 a 6 músicas em formato .MOD (só quem é muito das antigas vai lembrar de como era manter a coleção de músicas obtidas de forma não exatamente legal nesses disquinhos).

O novo álbum se chama “Technoptimistic”. A explicação vem do próprio DJ. “As máquinas trabaham para nós. Nós as programamos, elas executam. A tecnologia nos ajuda em tarefas desconfortáveis, nos transportam a grandes aventuras e podem até mesmo nos curar quando estamos doentes. Se nós mantivermos uma atitude positiva em relação à tecnologia, ela vai aprimorar nossas mentes e nos levar a lugares distantes. É por isso que eu sou um TECNOTIMISTA”. Gostou? Dá para comprar o álbum nesse site.

Fotos: Divulgação

Fábio Calsavara

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É jornalista e gamer raiz. Do tempo em que criança jogava fliperama em boteco de rodoviária.


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