O show de horrores na reabertura do comércio

vacilo

Telma Elorza

O LONDRINENSE

O primeiro dia de funcionamento do comércio, após as medidas restritivas impostas pelo poder público, nesta segunda-feira (20), foi um show de horrores. Filas imensas nas portas da lojas, lojas abrindo mais cedo que o permitido (das 10 às 16 horas), funcionários não cumprindo as regras estabelecidas para a reabertura das lojas. Mas quem fez o horror ficar maior foi mesmo a população.

Filas nas portas das lojas, famílias inteiras passeando, gente sem máscara, bares lotados. Eu assisti horrorizada de dentro da minha casa essa completa falta de consciência coletiva sobre a gravidade do momento em que vivemos. Até os secretários municipais de Londrina, como o do Planejamento, Marcelo Canhada, ficaram em alerta com a “invasão” da população às lojas. Mas a GM acompanhou tudo mas não fez nada. Apenas acompanhou “para futuras ações”.

Essas pessoas tratam a pandemia como se não fosse nada. Não se importam com os milhões de doentes que lutam pela vida no mundo inteiro, pelos milhares de mortos até o momento. Até a hora em que chegar – e vai chegar – às suas casas, sua família, até a hora que perderem um pai, uma mãe, um filho – e vão perder. Aí bradarão contra Deus e o poder público. Como fazem com a dengue. Se eximirão das responsabilidades e criticarão a falta de leitos hospitalares, assim como não cuidam dos focos do mosquito Aedes aegypti em suas casas e criticam a prefeitura.

As 2.575 mortes – subnotificadas – no Brasil pelo Covid-19 (dados de segunda-feira) não foram suficientes para se conscientizarem. Acho que número nenhum o será até os londrinenses começarem a cair mortos como moscas. E mesmo assim ainda vai ter gente falando que é uma “gripezinha” e que morreram por causa das comorbidades.

Esse episódio me fez perder o último fiapo de fé na humanidade que eu tinha. E já estou apelando: #vemmeteoro

Foto: Instagram @vacilocovidlondrina

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