Com a chuva, criadouros do mosquito Aedes aegypti  têm espaço garantido na cidade

terreno

Por Suzi Bonfim

O último boletim de dengue da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado em 29 de outubro, registra que o Paraná tem 3.040 casos confirmados da doença e, destes, 611 estão em Londrina, no norte do Estado. Um dado alarmante diante do cenário perfeito para o Aedes aegypti: o calor, associado à chuva, à falta de consciência da população e de fiscalização e autuação do poder público municipal.

Não é preciso muito esforço e nem ir muito longe para se constatar que as condições para a proliferação do mosquito Aedes aegypti estão mais propícias do que nunca. Denúncias feitas à prefeitura de Londrina em janeiro de 2024 ainda não foram fiscalizadas.
Fotos: Arquivo pessoal

Não é preciso muito esforço e nem ir muito longe para se constatar que as condições para a proliferação do mosquito Aedes aegypti estão mais propícias do que nunca. Ou melhor, continuam como sempre, basta você olhar nas ruas, nos terrenos baldios e até em espaços públicos da cidade para ver que há água parada suficiente para o mosquito se multiplicar.

Sem a consciência da maior parte da população, o meu temor só aumenta com a falta de ação da prefeitura de Londrina. Em janeiro deste ano, relatei aqui a preocupação com o terreno perto da minha casa que está sendo utilizado como depósito de material de construção e uma série de entulhos. 

Denunciei a situação na prefeitura de Londrina e, como era de se esperar, nada foi feito. O terreno continua praticamente da mesma forma com plásticos, engradados de bebida e até um micro-ondas jogados. Já a informação no site da prefeitura é que o caso está aguardando fiscalização desde 19/01/2024.  

Não acredito que a fiscalização seja feita e, se for realizada, não deve ter nenhuma eficácia.

Nos últimos 10 meses, mostrei o terreno com os criadouros do mosquito aos agentes da Secretaria Municipal de Saúde que passaram por aqui. Eles disseram que orientam, mas não podem obrigar que o material seja retirado do local. 

Assim, depois de tanta chuva neste fim de semana e com a previsão para os próximos dias, começo a me preparar para o pior daqui pra frente, adotando medidas de prevenção possíveis para evitar adoecer novamente.

Isso significa que me mantenho na condição de refém do Aedes aegypti dentro da minha casa.

Vacina contra a dengue para a toda a população

Enquanto isso, sigo na expectativa da vacinação contra a dengue que é ofertada na rede pública de saúde, desde fevereiro deste ano, apenas para crianças e adolescentes de 10 a  14 anos. Esta é a faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações, depois dos idosos. 

O Ministério da Saúde está analisando um pedido da  Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para produzir a vacina fabricada pelos japoneses, a Qdenga, o que pode  ampliar o processo de imunização contra a dengue no país. 

Parece muito cômodo esperar que o Governo Federal viabilize a vacinação, defina uma estrutura adequada para garantir que todos tenham acesso e ainda invista em campanhas para que a população vá aos postos de saúde, não é mesmo?

Combate biológico do Aedes aegypti

De acordo com a Agência de Notícias do governo do Estado, Londrina começou a soltura dos primeiros Wolbitos (Aedes aegypti com Wolbachia). Até ao fim do ano, de segunda a sexta-feira, equipes treinadas percorrem as áreas selecionadas, liberando os mosquitos, que chegam para reforçar o combate contra a dengue, Zika e Chikungunya. Uma medida extremamente importante, mas que também não elimina o mosquito do dia para noite. Leva tempo.

Passou da hora da sociedade fazer a sua parte. Não é simples, mas se cada um cuidar do seu espaço, do seu quintal e colaborar para garantir que não haja lixo acumulado nas ruas e praças do bairro, é uma atitude cidadã que pode transformar  o mundo à nossa volta em um lugar melhor para se viver.  

  Suzi Bonfim

Para evitar um golpe fatal no ensino público do Paraná, a privatização das escolas,  os trabalhadores da rede estadual decretam greve e nesta segunda-feira (3), realizam uma mobilização em Curitiba. O ato “Não venda a minha escola” contra a aprovação do projeto de lei nº 345/2024, acontece a partir das 8h na praça Santos Andrade, no centro da capital paranaense.

Jornalista, formada na UEL, por quase 30 anos morou em Cuiabá -MT. De volta a Londrina-PR, vive a fase R de reencontros e renovação, respirando novos ares. Escreve sobre o que acredita por um mundo melhor. Instagram @suzi.bonfim

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