Como fazer boas escolhas nas eleições: uma decisão nada fácil

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Por Suzi Bonfim

Em menos de 30 dias, os brasileiros vão às urnas nestas eleições para escolher os gestores dos 5.570 municípios do país. Em Londrina, no Paraná, sete candidatos disputam o cargo de prefeito e outros 343 candidatos, uma das 19 vagas na Câmara de Vereadores, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como fazer boas escolhas e definir em quem votar não é uma tarefa tão simples assim.

Será que há tempo suficiente para o eleitor fazer uma escolha pautada nas informações sobre as propostas dos candidatos? Na verdade, a pergunta neste momento, é outra: como os eleitores definem em quem vão votar no dia 06 de outubro?

Estas questões têm me feito pensar no comentário de uma candidata, nas redes sociais, em relação à falta de receptividade de alguns eleitores no “corpo a corpo” em busca do voto, que hoje não  é baseado apenas nas ruas e nas casas, mas sim, via redes sociais e aplicativos de mensagens. Afinal, é o bom uso destas ferramentas que pode fazer a diferença na conquista do voto. A candidata usou o aplicativo de mensagens e foi criticada pelo eleitor.

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Sem entrar na questão técnica da eficácia das redes sociais e apps, neste processo, assim como a candidata a vereadora, tenho observado, ao longo da campanha eleitoral, a irritação de algumas pessoas diante da abordagem dos candidatos nos espaços públicos da cidade como feiras e até mesmo no desfile de 7 de setembro, no último sábado.

Nestes lugares, estão homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, famílias que sentem na pele as consequências da gestão pública do município e, portanto, deveriam estar mais abertos a conhecer o candidato que está ali distribuindo santinhos (foto e o número dele) e tentando conversar com a população. 

Porém, a indiferença da maioria das pessoas que sequer aceita pegar o santinho do candidato e ainda faz comentários (em voz baixa e indiretos) do tipo: eles (os candidatos) só aparecem nesta hora, depois somem; só lembram da gente porque precisam do voto; lá vem eles de novo… entre outros – é uma demonstração de como falta respeito por quem se dispôs a disputar um cargo para contribuir com a gestão do município. Isso é o que se espera, de fato, de um candidato..

Afinal, se não fossem estas pessoas colocarem o nome na disputa eleitoral como seria a administração pública das cidades em que vivemos? Por isso, neste momento, o exercício da empatia com quem trava uma corrida contra o tempo em busca de votos, apresentar suas propostas e falar o que pretende se for eleito é um gesto de cidadania e fortalecimento da democracia.

Esta desconfiança arraigada em boa parte da população é consequência do modus operandi  de muitos que ocupam o cargo público hoje e se distanciaram do eleitor que o colocou no Executivo e Legislativo municipal, estadual e federal. 

Mas, por outro lado, tem eleitor que nem se lembra em quem votou nas últimas eleições. O índice de esquecidos é de 43%, de acordo com o  levantamento do Observatório da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), de julho deste ano

Formas de escolhas do candidato

Para se informar, a televisão é apontada na pesquisa como o meio mais utilizado pelos eleitores , 37%, em seguida estão as redes sociais, 30%, Empatados em terceiro lugar estão as conversas com amigos/parentes e portais, blogs e sites de notícias na internet (ambos com 10%). O rádio recebe 4% das menções; WhatsApp, 3%; e o jornal impresso, 2%. No agregado, os meios digitais lideram com 43%.

Considerando a televisão como meio mais utilizado pelos eleitores para definir o seu voto, os debates aparecem como a alternativa com maior percentual,  22%. Os posts nas redes sociais e na internet têm 16%;

Já as notícias sobre os candidatos no rádio, na televisão e nos jornais, representam 14% dos meios para escolher em quem votar. 

Mas 11% dos entrevistados apontam a conversa com os amigos e familiares como fator importante. A propaganda eleitoral no rádio e na televisão é a opção de 7% e o contato com os candidatos em eventos de rua e as pesquisas eleitorais correspondem a opção de  5% dos entrevistados. 

Receber notícias dos candidatos pelo WhatsApp é a opção de 4% dos eleitores e  com um percentual bem menor do que se pode imaginar, está a orientação da igreja, do padre, pastor ou outro guia espiritual, só 1%.

Seja lá qual o meio utilizado para se informar sobre o candidato, propostas e pretensões, o tempo é curto e a causa e o papel do cidadão são imprescindíveis para melhorar a qualidade de vida da população.

Papel que não acaba com o voto, pelo contrário: começa a partir desta ação e continua com a fiscalização de quem foi eleito. Nada fácil, mas necessário, Portanto, faça boas escolhas agora.

Suzi Bonfim

Escolhas, é isso que se trata as eleições. O cidadão vai escolher quem vai administrar a cidade e, por isso, deve se informar sobre os candidatos. E fiscalizar depois

Jornalista, formada na UEL, por quase 30 anos morou em Cuiabá -MT. De volta a Londrina-PR, vive a fase R de reencontros e renovação, respirando novos ares. Escreve sobre o que acredita por um mundo melhor. Instagram @suzi.bonfim

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