Por Márcia Huçulak
O ano de 2024 começa com um grande desafio (e boas notícias nele embutidas) para a saúde pública.
A dengue, velha conhecida, que desde o final dos anos 1990 exige atenção constante, está em situação preocupante no Paraná, com aumento do número de casos.
As boas notícias são que os municípios, com o apoio do Governo do Estado, estão empenhados e com estratégia para enfrentar a doença, cujo combate passa a contar também com uma inédita e promissora vacina disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS).
O período sazonal 2023/2024 (iniciado em 30 de julho passado) acumula 12.782 casos confirmados e 58.566 notificações, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). O mais recente boletim, da semana passada, aponta 3.593 novos casos – felizmente, sem mortes.
O esforço para diminuir esses números deve ser conjunto, do Estado e dos municípios. Mas para isso é preciso articulação, de modo a melhorar os resultados.
Nesse sentido, participei na semana passada, representando a Assembleia Legislativa, de uma reunião de alinhamento com representantes de 77 cidades. Nesta terça-feira (23) reuniremos os integrantes do comitê interinstitucional para discutir estratégias e ações integradas dos vários segmentos da sociedade para ajudar no combate ao mosquito e apoiar os municípios.
Durante minha carreira na gestão pública, enfrentei vários desafios com epidemias. Uma das minhas satisfações, como deputada, é poder usar essa experiência para contribuir na resolução de problemas.
Desafio também para a população
É importante ressaltar que, além das medidas que são próprias do governo do Estado e dos municípios, a população – todos nós – temos um papel fundamental na prevenção da doença.
A propagação do mosquito transmissor, Aedes aegypti, ocorre por meio da água acumulada (mesmo em volumes muito pequenos, como numa tampinha de garrafa). Vale ressaltar que mais de 85% dos casos identificados de criadouros do mosquito são em domicílios, na casa das pessoas.
Portanto, é fundamental manter quintais e terrenos limpos (sem nenhum ponto de acúmulo de água), vasos de plantas secos, caixas d´água bem tampadas e por aí vai.
A eliminação dos criadouros do mosquito é fundamental para o controle da doença.
Além da atenção adequada que o Estado vem dando ao caso, é importante destacar a entrada em cena neste ano da vacina contra a dengue.
O imunizante começa a ser disponibilizado a partir de fevereiro, ainda em volume pequeno. O primeiro grupo contemplado é o de crianças e jovens entre 6 e 16 anos, seguindo corretamente recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Trata-se, de qualquer forma, de um avanço importante que precisa – e certamente vai – ganhar escala.
Não vou cansar de repetir: vacina salva vidas.
Não vou cansar de repetir também: gestão pública eficiente salva e melhora a vida das pessoas.
Em tempo: os sintomas da dengue (dor de cabeça, no corpo, articulações e olhos, fraqueza, manchas, perda de apetite e náuseas) se manifestam em até 15 dias após a infecção pelo mosquito. O Aedes transmite também a zika e a chikungunya.
Márcia Huçulak
Como secretária de Saúde de Curitiba (2017/2022), liderou o enfrentamento da pandemia de covid-19 na capital – trabalho reconhecido nacionalmente. Formada em Enfermagem pela PUC-PR, tem mestrado em Planejamento de Saúde pela Universidade de Londres (Inglaterra) e especialização em Saúde Pública pela Fiocruz. Elegeu-se deputada estadual em 2022 pelo PSD, sendo a mulher mais bem votada do estado e a mais votada (entre homens e mulheres) de Curitiba. Encontre a Márcia Huçulak nas redes: site
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