Londrina tem explosão de casos de covid nos 10 primeiros dias de 2022

girl treats her hands with antisuptics. High quality photo

Além da doença, vírus H3N2 tem levado muita gente para UPA e UBS especializadas em síndromes respiratórias

Telma Elorza

O LONDRINENSE

No boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no final da tarde desta segunda-feira (10), um susto: 520 novos casos de covid confirmados, resultado da somatória dos testes aplicados no final de semana e segunda-feira. Na segunda, a secretaria monitorava 1.188 casos ativos de coronavírus, dos quais 1.177 pacientes estão em isolamento domiciliar. Tudo isso resultado de um relaxamento nas medidas de prevenção durante as festas de fim de ano. Aglomerações e o não uso da máscara estão cada vez mais comuns. Parece que as pessoas esqueceram que estão numa pandemia de um vírus que sofre mutações constantes. O “liberou geral” do fim de ano está cobrando a fatura.

Mas o mais assustador, nos dados divulgados pela SMS foi a média móvel, que saltou de 25,1 (em dezembro) para 235,9 novos casos por dia, nos 10 primeiros dias de 2022. De 1 a 10 de janeiros deste ano, já são computados 1.631 casos de covid, mais que o dobro do mês de dezembro todo (746). Embora o número de mortes tenha caído – apenas 1, nestes 10 dias – e o número de internações esteja em 11 (seis na UTI e cinco na enfermaria) por conta da vacinação em massa, é preciso ficar atento. Além do covid, está circulando o vírus H3N2 da Influenza e a dengue também está comendo solta.

Em Aparecida de Goiânia (GO), um homem de 54 anos foi diagnosticado com as três doenças ao mesmo tempo, na semana passada. Em Londrina, com o alto índice de infestação de mosquito em várias regiões da cidade, mais de 8 mil pegaram dengue em 2021. As chuvas e o calor são extremamente favoráveis para proliferação de mosquitos e nenhum mutirão de limpeza, realizado pela Prefeitura, foi feito desde de novembro de 2021. Uso constante de repelentes pode ajudar, além, claro, de todas aquelas medidas que todos sabemos que precisamos tomar: não deixar água parada, limpar quintais e conscientizar vizinhos a fazerem o mesmo.

Já o H3N2 tem sintomas fortes parecidos com a covid. E os cuidados de prevenção são os mesmos: distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel. A situação com essa variedade da gripe já é tão grave, que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está discutindo ações de apoio diante do aumento de casos de Influenza e Covid-19 no litoral do Paraná, que recebeu mais de dois milhões de pessoas nesta temporada. Muitos londrinenses foram para lá e estão começando a voltar para o Município. Ou seja: a situação pode ficar ainda mais complicada. De acordo com a SMS, são 14 casos já confirmados na cidade. E isso pode aumentar uma hora para outra.

Logo, os estudantes voltarão às aulas presenciais. Milhares deles, crianças de até 11 anos que ainda não foram vacinadas. A atenção da população com essas três doenças é extremamente importante. Não basta a secretaria ficar abrindo UBS especializadas em síndromes respiratórias para atender os novos casos. Muita gente pode morrer ainda por conta da nova onda. É preciso que as pessoas tenha consciência e evitem aglomerações. É preciso que donos de bares e promotores de evento realmente tomem as rédeas da situação nas mãos e cumpram as medidas sanitárias que ainda estão em vigor. Mas também é preciso que a Prefeitura tome uma atitude e determine o uso passaporte sanitário para acesso a qualquer local que possa ter aglomeração, para não ter que fechar tudo de novo.

Foto: Freepik

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