Por Telma Elorza
“Tia Telma, me ajuda com algumas dúvidas, por favor. Estou namorando há cinco anos, desde que tinha 23. Sempre foi um namoro bom, calmo, sem grandes paixões, nem brigas. Tedioso. Mas, de uns tempos para cá, meu namorado começou a falar em casamento. E isso está me incomodando. Eu sei que, se casar com ele, minha vida vai ser boa, com amizade e muito conforto, mas vai continuar essa coisa morna, xoxa, sem sal. E eu nem sei mais se o amo ou não. Minhas amigas e família falam que devo casar e esquecer a coisa do “fogo e paixão” e pensar no meu futuro. O que faço?”
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Bom, amiga, eu acho que, se você tem dúvidas, não deve casar nesta situação até poder saber com certeza se é isso que quer.
Não ouça os conselhos que indicam apenas a segurança financeira. Dinheiro é bom e todo mundo gosta, sim. Mas já pensou como seria passar a vida numa relação morna, sem emoções fortes, sem sentimentos que trazem alegrias e também tristezas na vida da gente? Sem os altos e baixos que dão vida a um relacionamento?
Por isso, aconselho a, antes de tomar qualquer decisão, pesar prós e contras desse namoro, para ver se pode haver continuidade num relacionamento mais “definitivo”, digamos assim. Namoro serve para isso mesmo, conhecer a pessoa e avaliar se quer passar a vida ao lado daquela pessoa. Se os dois se completam, se entendem, se respeitam, se há fogo no relaciomento, inclusive na cama. Você não disse como está este aspecto da relação, no seu e-mail. Mas se o resto é xoxo, sem sal, imagino que não anda muito bem também neste aspecto.
Namorado como validação
Muitas mulheres se acomodam em relacionamentos insatisfatórios por medo de ficarem sozinhas. Somos educadas, pela sociedade machista que vivemos, a sermos completas apenas com um homem do lado, para casarmos, termos filhos. Lógico que também nos estimulam a sermos profissionais de sucesso, mas o homem ao lado é fundamental para sermos vistas como vencedoras. Ainda mais se o homem for bem de vida e proporcionar “segurança” financeira, mesmo que a mulher seja perfeitamente capaz de se proporcionar conforto e boa vida.
O namorado/marido/companheiro seria uma validação para sua existência. Qualquer uma que fuja desse padrão (seja por lésbica/bissexual/assexual ou simplesmente por querer ficar sozinha) vai sempre ser “insuficiente” perante a sociedade. Mas isso não pode ser determinante, quando o assunto é sua felicidade.
A revista Forbes publicou um artigo com três dicas que acho que seriam interessantes você ler para ajudar a tomar sua decisão.
Mas, antes de tudo, só você mesmo para saber se ama seu namorado sem graça. Só você pode avaliar se quer continuar e se amarrar. Porém, como eu disse, é bom avaliar os prós e contras. Porque uma relação assim tão tranquila é ótima quando você tem aí uns 30, 40 anos de casamento. Não para um namoro, muito menos para o início de um casamento. A “insuficiência” pode pesar uma hora, mais cedo ou mais tarde. Aliás, acho que já está pesando, né?
Espero ter ajudado.
Tem dúvidas sobre relacionamentos? Mande um e-mail para telma@olondrinense.com.br
Quem é a Tia Telma
Telma Elorza é jornalista, divorciada e adora dar pitaco na vida dos outros. Mas sempre com autorização.
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Arte: Mirella Fontana
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